quarta-feira, 18 de junho de 2014

Questões sobre sociologia e filosofia enem

Tudo bem pessoal, estou postando algumas questões para vocês testarem para o enem, levem o gabarito na segunda, por favor

01. 
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania
a)       possui uma dimensão histórica que deve ser criticada,pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b)       era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
c)        estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
d)       tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e)       vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

02.
Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático.
Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.
SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras,1999 (adaptado).
Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no
texto é:
a)       Brasil, um país que vai pra frente.
b)       Brasil, a eterna esperança.
c)        Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
d)       Brasil, terra bela, pátria grande.
e)       Brasil, gigante pela própria natureza.

03
A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891:
Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que:
Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei.
Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que
a)       a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar.
b)       a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos,referia-se também às mulheres.
c)        os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor.
d)       o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino.
e)       a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino.

04.
A mais profunda objeção que se faz à ideia da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.
PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis – Revista do Programa de Pós-graduação em Arte (UnB), Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque
a)       a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.
b)       as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.
c)        a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utópico da colonização da América.
d)       a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
e)       a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea,e a segunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.

05
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu
tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha
da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que
a)       os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b)       a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.
c)        grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.
d)       os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.
e)       as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

06
A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.
VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M.A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996.
Nessa definição, o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo, caracterizado por uma democracia incompleta.
Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política?
a)       A distribuição equilibrada do poder.
b)       O impedimento da participação popular.
c)        O controle das decisões por uma minoria.
d)       A valorização das opiniões mais competentes.
e)       A sistematização dos processos decisórios.

07
A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social.
Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é
a)       combater ações violentas na guerra entre as nações.
b)       coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c)        criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
d)       estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
e)       organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados.

08
Os meios de comunicação funcionam como um elo entre os diferentes segmentos de uma sociedade. Nas últimas décadas, acompanhamos a inserção de um novo meio de comunicação que supera em muito outros já existentes, visto que pode contribuir para a democratização da vida social e política da sociedade à medida que possibilita a instituição de mecanismos eletrônicos para a efetiva
participação política e disseminação de informações.
Constitui o exemplo mais expressivo desse novo conjunto de redes informacionais a
a)       Internet. b)fibra ótica.c)TV digital. d) telefonia móvel.e)portabilidade telefônica.

09
A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como
a)       instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.
b)       mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c)        meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d)       parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
e)       aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.

10
Judiciário contribuiu com ditadura no Chile,diz Juiz Guzmán Tapia.
As cortes de apelação rejeitaram mais de 10 mil habeas corpus nos casos das pessoas desaparecidas. Nos tribunais militares, todas as causas foram concluídas com suspensões temporárias ou definitivas, e os desaparecimentos políticos tiveram apenas trâmite formal na Justiça. Assim, o Poder Judiciário contribuiu para que os agentes estatais ficassem impunes.
Disponível em: http://www.cartamaior.com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado).
Segundo o texto, durante a ditadura chilena na década de 1970, a relação entre os poderes Executivo e Judiciário caracterizava-se pela
a)       preservação da autonomia institucional entre os poderes.
b)       valorização da atuação independente de alguns juízes.
c)        manutenção da interferência jurídica nos atos executivos.
d)       transferência das funções dos juízes para o chefe de Estado.
e)       subordinação do poder judiciário aos interesses políticos dominantes.










11

Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia.Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo
a)       impedir a contratação de familiares para o serviço público.
b)       reduzir a ação das instituições constitucionais.
c)        combater a distribuição equilibrada de poder.
d)       evitar a escolha de governantes autoritários.
e)       restringir a atuação do Parlamento.

12
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva.
Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado).
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a)       os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias.
b)       o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c)        a sistematização de valores desassociados da cultura.
d)       o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
e)       o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente.

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