terça-feira, 25 de junho de 2013

Final da resolução de matemática do primeiro capítulo

Os exercícios que faltavam de matemática do primeiro capítulo




Espero que estás resoluções ajudem vocês. Quaisquer dúvidas, por favor, perguntem na aula. Um abraço!


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Literatura - Barroco

BARROCO
No final do século XVI e no início do século XVII, na Europa existiam conflitos de natureza política, econômica, social e religiosa. Na religião, e divisão da Igreja colocou em campos opostos protestantes e católicos, salientando diferenças éticas morais e sociais.
Com essa cisão, a Igreja se organizou na Contra-reforma, que foi um movimento que pregava a volta ao medievalismo e a irrestrita fé na autoridade da Igreja e do rei. Esse movimento foi mais forte na Espanha, Portugal e em outros centros católicos da Europa.
Assim, ocorreu um embate entre o teocentrismo medieval e o antropocentrismo renascentista.
Com isso, o homem da época tenta conciliar essas duas teses, razão e fé, espiritualismo e materialismo, enfim, carne e alma.
Com esse embate de ideias, foi criada uma tensão permanente nos escritores, e este estilo é denominado Barroco.
Este estilo tenta impressionar o leitor, impregnando o texto de metáforas, antíteses, paradoxos, hipérboles e prosopopeia.
Exemplos:
Metáfora: aves = clarins
“As aves, que eram no bosque
Clarins da plumas animados
Faltando-lhes a estrela da alva
Suspende tristes o canto”
(Jacinto Freire de Andrade)
Antítese: figura mais comum do barroco, contradição entre a carne e a alma.
“O prazer com a pena se embaraça;
Porém quando um com outro mais porfia,
O gosto corre, a dor apenas passa.”
(Gregório de Matos)
Paradoxo: por ser ilógico, ele opõe-se ao racionalismo renascentista.
“Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramados;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido.”
(Gregório de Matos)

Outra forma que os escritores barrocos usaram nos seus textos foi a utilização de símbolos para traduzir a efemeridade, a instabilidade das coisas, como a fumaça, vento, neve, chama, água, espuma, fogo e outras coisas.
Também empregaram a ordem inversa.
O cultismo e o conceptismo também foram empregados com frequência o Barroco.
Cultismo: jogo de palavras para valorizar o texto.
“Ofendi-vos, Meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho e ofendido,
Ofendi vos tem minha maldade.
(Gregório de Matos)
Conceptismo: jogo de ideias, tenta convencer e ensinar o leitor.
“Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho há mister olhos.”
(Padre Antônio Vieira)
Os temas mais frequentes da literatura barroca são:
Fugacidade da vida e das coisas;
Morte, expressão máxima da efemeridade das coisas;
Concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas;
Castigo, como decorrência do pecado;
Arrependimento;
Narração de cenas trágicas;
Erotismo;
Sobrenatural;
Misticismo;
Apelo à religião.
O barroco em Portugal iniciou-se em 1580 e teve fim em 1756.
Destacou-se o Padre Antônio Vieira, que nasceu em Portugal e veio para o Brasil aos seis anos. Retornou à Portugal quando teve fim a União Ibérica, mas retorna ao Brasil. Entre idas e vindas, acaba morrendo no Brasil.
As suas obras se destacam pelas profecias (História do futuro e Esperanças de Portugal) e os sermões, que são longos e muito bem elaborados.
O barroco no Brasil iniciou-se em 1601 e teve fim em 1768.
Destacou-se Gregório de Matos Guerra, nascido na Bahia, se forma em direito em Portugal, mas é expulso pelas suas sátiras, por isso o seu apelido, Boca do Inferno.
Escreveu poesia lírica, religiosa e satírica, sendo a última a mais conhecida, sendo que ele critica instituições, situações e pessoas.

Os textos abaixo referem-se as questões 1 a 4
AOS VÍCIOS
Gregório de Matos Guerra
Eu sou aquele que os passados anos
Cantei na minha lira maldizente
Torpezas do Brasil, vícios e enganos.
E bem que os descantei bastantemente,
Canto segunda vez na mesma lira
O mesmo assunto em plectro diferente.
(...)
O néscio, o ignorante, o inexperto,
Que não elege o bom, nem o mau reprova,
Por tudo passa deslumbrado e incerto.
E quando vê talvez na doce trova
Louvado o bem, e o mal vituperado,
A tudo faz focinho, e nada aprova.
Diz logo prudentaço e repousado:
- Fulano é um satírico, é um louco,
De língua má, de coração danado.
Néscio, de disso entendes nada ou pouco,
Como mofas com riso e algazarras
Musas, que estimo ter, quando as invoco.
Se souberas falar, também falaras;
Também satirizaras, se souberas,
E se foras poeta, poetizaras.
A ignorância dos homens destas eras
Sisudos faz ser uns, outros prudentes,
Que a mudez canoniza bestas-feras.
(...)
SONETO II
Cláudio Manuel da Costa
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado,
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês Ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhado as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o Planeta louro,
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

01. (36-1998) Sobre Aos Vícios, é correto afirmar que o poeta
a) jamais discorrera sobre os vícios do Brasil, o que lhe dá maior liberdade para agora abordar o tema.
b) já discorrera sobre os vícios e enganos do Brasil e retorna ao tema em novo momento de inspiração.
c) já criticara os vícios e enganos do Brasil e se dispõe a voltar ao tema devido aos apelos da amada.
d) jamais criticara os vícios e enganos do Brasil, mas se dispõe a abordar o tema por ter sido injustiçado.
e) já criticara os vícios e enganos do Brasil, mas abandonou o assunto por falta de interesse do público.

02. (37-1998) O néscio e ignorante a que Gregório se refere
a) não tem critério para escolher entre o bom e o mau e zomba dos procedimentos e da inspiração do poeta.
b) não elege o bom e acusa o poeta de ser uma besta-fera canonizada pela ignorância dos homens da época.
c) não tem critério para escolher entre o belo e o feio, mas procura também inspiração junto às musas do poeta.
d) não elege o bom e não reprova o mau, embora alegue ser tão bom poeta e satírico quanto Gregório.
e) não elege o bom e não reprova o mau porque, sendo prudente, não pretende criticar as autoridades da Colônia.

03. (38-1998) Sobre o soneto de Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que
a) a posteridade é celebrada para que o pátrio rio seja mantido no sono vil do esquecimento frio.
b) a posteridade, segundo o desejo expresso nos versos, celebrará o nome do pátrio rio.
c) o pátrio rio desaguará na posteridade, que lhe reservará hostilidade e esquecimento frio.
d) o pátrio rio, porque se destina ao esquecimento frio, se recusa a ser despertado.
e) o pátrio rio tem seu nome celebrado para que o sono vil não perturbe o esquecimento frio.

04. (39-1998) Considere as seguintes afirmações sobre os poemas.
I. Cláudio e Gregório desenham o contexto em que vivem e escrevem; o primeiro refere a ausência de uma série de elementos (álamo copado, Ninfa, gado), e o segundo refere a presença de vícios, torpezas e enganos.
II. Ambos os poemas referem um interlocutor, que, em Cláudio, é o próprio pátrio rio, a cujas margens pasta o gado, e, em Gregório, é Fulano, um satírico de língua má e coração danado, que critica Gragório porque este zomba das musas.
III. Enquanto Cláudio celebra a exploração do ouro mas critica a indiferença das autoridades pela situação da pecuária à margem do pátrio rio, Gregório critica os desmandos e a roubalheira de quem não lhe reconhece a bênção das musas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

05. (32-1999) Leia o soneto abaixo, À Cidade da Bahia, de Gregório de Matos.
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh! se quisera Deus, que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Brichote: designação pejorativa para os estrangeiros.
Assinale a alternativa correta em relação a esse soneto.
a) Pela forma de soneto e pelo tom satírico, o poema À Cidade da Bahia antecipada o parnasianismo na poesia brasileira.
b) Gregório optou, no seu poema, pelo tom satírico para melhor expressar sua crítica ao poder do clero.
c) A Bahia é representada através de sua tristeza e antigüidade, enquanto o estrangeiro colonizador é valorizado por suas negociatas e seu vestuário.
d) O poema não dá referências sobre os meios de produção da época, limitando-se a expressar a tristeza do poema pelo seu empobrecimento.
e) O poema constrói, através de imagens elaboradas, uma crítica à exploração econômica que sofreu a Bahia no período colonial.

06. (34-2001) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro.
( ) A obra épica de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens desdobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V - F - F - F - F.
b) V - V - V - V - F.
c) V - V - F - V - F.
d) F - F - V - V - V.
e) F - F - F - V - V.

07. (33-2003) Leia o seguinte soneto de
Gregório de Matos Guerra.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a gosto da pena assim se fia?
Mas o Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.”
Considere as afirmações abaixo sobre esse soneto.
I- É um soneto barroco, característico do século XVII, que se compõe de um jogo de contrastes.
II- O primeiro quarteto reúne movimentos cíclicos da natureza, efeitos da paisagem do tempo e sentimentos humanos.
III- O segundo quarteto expressa um inconformismo com a passagem do tempo, expresso nas indagações do poeta.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

08. (03-2005) Quanto ao período barroco e seus representantes na literatura colonial brasileira, é correto afirmar que
a) os sermões de Antônio Vieira apresentam uma retórica complexa pela exuberância de imagens e pelos postulados morais e religiosos.
b) a obra de Gregório de Matos se distingue pela sua unidade temática, expressa por um tom satírico.
c) a poesia irreverente de Gregório de Matos satiriza diferentes tipos sociais, exceção feita aos representantes da Igreja.
d) o predomínio dos valores transcendentais, motivados pela Reforma, marca o estilo barroco da obra de Vieira.
e) Gregório de Matos se ateve ao uso da língua culta da Metrópole, ao contrário de Vieira, que utilizou termos indígenas, africanos e populares.

09. (33-2006) Considere as seguintes afirmações sobre o padre Antônio Vieira.
I - Possui um estilo antigongórico, conceptista, caracterizado pela clareza e pelo rigor sintático, dialético e lógico.
II - Recusa, como cultista, o elemento imagístico, transformando-o em mero instrumento de convencimento dos fiéis.
III- Recontextualiza passagens do Evangelho, uma vez que as vincula às ideias que quer expressar, explorando a analogia.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

10. (28-2007) Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos
Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão lento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.

O mal, que fora encubro, ou me desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que, para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.

Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.

Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro no peito.

Considere as seguintes afirmações.
I – O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregório de Matos, a qual lhe valeu a alcunha de “Boca do Inferno”, por escarnecer de pessoas, situações e costumes de seu tempo.
II – Na segunda estrofe, o poema expressa a oposição entre essência e aparência, sustentando que o sofrimento é ocultado aos olhos do mundo.
III – Segundo as duas últimas estrofes do poema, a opção pelo silência com relação à dor e às angustias internas contrapõe-se aos ruídos da natureza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

11. (27-2008) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
Diz-se que é no sermonário político que se revela o espacto mais interessate da obra de ......... , pelo pragmatismo de suas ideias e pela capacidade de convertê-las em argumentos teológicos, por meio do estabelecimento de analogias entre um ou mais episódios do Velho ou do Novo Testamento e determinados acontecimentos histórico. Exemplo disso é o Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, em que ......... é advertido por causa do mal que ameaça a cidade de Salvador.
a) Antônio Vieira – Nassau.
b) José de Anchieta – Nassau.
c) Manoel da Nóbrega – o povo.
d) José de Anchieta – Deus.
e) Antônio Vieira – Deus.

12. (28-2009) Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos Guerra.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa1;
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa2:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hije na mão, ontem gargopa3:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

Vocabulário:
1. Carepa: casca, sarna, pereba.
2. Increpa: censura, acusa.
3. Garlopa: instrumentos de carpinteiro.
Considere as seguintes afirmações sobre o soneto lido.
I – De acordo com o primeiro quarteto, quem se pretende mais limpo tem maior sujeira, mas quem é nobre trata de decepar as pretensões de quem é vil.
II – No segundo quarteto, há uma receita de ascensão social, em que, por exemplo, quem tem menos autoridade mais acusa e quem tem riqueza obtém importância e prestígio.
III – No último terceto, o poeta refere as rimas usadas ao longo do soneto e, do ponto de vista formal, abandona o decassílabo para lançar mão de versos de oito sílabas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

13. (03-2004) Assinale a alternativa que preenche adequadamen¬te as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ........, movimento em que o homem é conduzido pela ........ e que tem, entre suas características, o ........, com seus jogos de palavras, de imagens e de construção, e o ........, o uso de silogismo, processo racional de demonstrar uma asserção.
a) Gongorismo – exaltação vital – Cultismo – preciosismo
b) Conceptismo – fé – preciosismo – Gongorismo
c) Barroco – depressão vital – Conceptismo – Cultismo
d) Conceptismo – depressão vital – Gongorismo – preciosismo
e) Barroco – fé – Cultismo – Conceptismo

Instrução:   As questões 14 e 15 estão relacio¬nadas ao trecho abaixo, extraído do Sermão de Santo Antônio, de padre Antônio Vieira.
É verdade que Portugal era um cantinho ou um canteirinho da Europa: mas nesse cantinho de terra pura e mimosa de Deus: Fide purum, et pietate dilectum: e nesse cantinho quis o Céu depositar a Fé, que dali se havia de derivar a todas estas vastíssimas terras, introduzida com tanto valor, regada com tanto sangue, recolhida com tantos suores, e metida, finalmente, nos celeiros da Igreja, debaixo das chaves de Pedro, com tanta glória. Medindo-se Portugal consigo mesmo, e reconhecendo-se tão pequeno à vista de uma empresa tão imensa, pudera dizer o que disse Jeremias, quando Deus o escolheu para Profeta das gentes: Et Prophetam in gentibus dedi te: E que disse Jeremias: Et dixit: A, A, A, Domine Deus, quia puer ego sum. A, A, A, Deus meu, onde me mandais que sou muito pequeno para tamanha empresa? O mesmo pudera dizer Portugal. Mas tirando-lhe Deus da boca estes três AAA, ao primeiro A escreveu África; ao segundo A, escreveu Ásia; ao terceiro A, escreveu América; sujeitando todas três ao seu Império, como Senhor, e sua doutrina, como luz: Vos estis lux mundi.

14. (02-2011) Considere as seguintes afirmações, sobre o trecho.
I - Vieira transforma os três AAA que manifestaram a dúvida de Jeremias nas iniciais dos três continentes (África, Ásia e América), onde se desenvolvia a missão civilizadora e catequética dos portugueses.
II - É possível identificar a índole militante e nacionalista do padre e uma enfática defesa da ação violenta de Portugal e de seus aliados.
III - O sermonista justifica eventos históricos, como a grandeza do Império português no período da expansão ultramarina, a partir de casos exemplares extraídos da Bíblia, como a escolha que Deus fez de Jeremias para a difícil missão de profetizar.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

15. (03-2011) Considere as seguintes afirmações, sobre o mesmo trecho.
I - Ao referir-se a elementos como “cantinho de terra pura e mimosa de Deus” e “celeiros da Igreja”, Vieira celebra a capacidade de Portugal de suprir a carência europeia de alimentos.
II - Jeremias, por sentir-se frágil, questiona sua capacidade de empreender com sucesso a ação profética.
III - A intenção do sermão é exaltar a conquista de três continentes por um reino tão pequeno como o português.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

16. (01-2013) Leia o poema abaixo, de Gregório de Matos Guerra.
Retrato/Dona Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara
Isso é ser flor, a Anjo juntamente:
Ser Angélica flore Anjo florente
Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seus Deus o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livraria eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão gualharda
Posto que os anjos nunca dão pesares
Sois anjo, que me tenta, e não me guarda.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
I – O poeta explora o paralalo entre Anjo e Angélica e revela a condição perecível e doméstica da flor, permitindo que se perceba a uniformização pretendida pelo barroco, a qual estabelece regras poéticas rígidas.









II – A mulher Anjo Luzente, no poema, encarna tanto o anjo protetor que livra “de diabólicos azares”, quanto a criatura feminina tentadora que provoca a imaginação e a sensualidade.
III – A associação e o contraste da flor, que seria cortada do verde pé, com o Anjo luzente a ser idolatrado, indica o diálogo do poeta (vós) com o anjo enviado dos céus para proteger os altares de sua esposa.
 Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.


Gabarito
1 – b
2 – a
3 – b
4 – a
5 – e
6 – c
7 – e
8 – a
9 – c
10 – d
11 – e
12 – b
13 – e
14 – d
15 – d
16 – b

Mais resoluções de matemática primeiro capítulo





Estou quase acabando!!!!!!

domingo, 2 de junho de 2013

Uso do hífen

Hífen
Não se usa mais o hífen para unir prefixos terminados em vogal a palavras iniciadas por “r” ou “s”. Nesses casos, a consoante deve ser dobrada.
Como era Como fica ante-sala antessala anti-social antissocial auto-regulamentação autorregulamentação auto-retrato autorretrato contra-regra contrarregra contra-senso contrassenso extra-seco extrasseco ultra-sonografia ultrassonografia
Não se usa mais hífen para unir prefixo terminado em vogal a palavra iniciada por vogal diferente.
Como era Como fica auto-ajuda autoajuda auto-aprendizagem autoaprendizagem auto-escola autoescola auto-estrada autoestrada contra-indicação contraindicação extra-oficial extraoficial infra-estrutura infraestrutura semi-árido semiárido
Atenção: Esta regra uniformiza algumas exceções existentes anteriormente, como aeroespacial, antiaéreo, agroindustrial, socioeconômico e socioambiental.
Usa-se hífen para unir prefixos terminados por vogal a palavras iniciadas pela mesma vogal.
Como era Como fica antiinflamatório anti-inflamatório antiimperialista anti-imperialista arquiinimigo arqui-inimigo microondas micro-ondas microônibus micro-ônibus
Atenção: Com alguns prefixos, como “contra” e “semi”, não há alterações em relação à regra anterior, que já determinava o uso do hífen diante de palavras iniciadas por vogal. Exemplos: contra-argumento, contra-ataque, semi-analfabeto, semi-internato.
O prefixo “co” é uma exceção a esta regra. Ele prescinde do hífen, mesmo quando ligado a palavra iniciada pela vogal “o”, como em cooptar, coocupante e coobrigação.
Não se emprega mais o hífen em palavras que, pelo uso, perderam a noção de composição, ou seja, expressões que adquiriram sentido próprio.
Como era Como fica manda-chuva mandachuva pára-lama paralama pára-choque parachoque pára-quedas paraquedas
Atenção: Mantém-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, tais como beija-flor, bem-te-vi, couve-flor e malme-quer.
Mantém-se o hífen nas palavras compostas por unidades que conservam seu sentido original. Exemplo: ano-luz, azul-escuro, médicocirurgião, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel.
Não se usa mais hífen em locuções substantivas (conjunto de palavras que equivalem a um só vocábulo, com função gramatical de substantivo).
Como era Como fica café-com-leitecafé com leite café-da-manhãcafé da manhã fim-de-semanafim de semana pão-de-lópão de ló
Atenção: Água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-moleque, ao-deus-dará e à queima-roupa são exceções.
Usa-se sempre o hífen diante de palavras iniciadas por “h”.
Não foram alteradas as seguintes regras:
anti-herói anti-higiênico co-herdeiro mini-hotel sobre-humano super-homem
Atenção: A palavra subumano é exceção a esta regra. Grafa-se sem hífen e sem o “h”.
Não se usa hífen para unir prefixo terminado em vogal a palavra iniciada por consoante diferente de “r” ou “s”.
anteprojeto antipedagógico autopeças geopolítica semicírculo ultramoderno
Usa-se sempre o hífen em palavras formadas pelos prefixos “ex”, “vice” e “soto”.
ex-marido vice-presidente vice-rei soto-mestre
Não se usa hífen na união de prefixos terminados por consoante com palavras iniciadas por consoante diferente ou por vogal.
hipermercado interescolar interestadual interestelar superaquecimento superinteressante
Atenção: Palavras iniciadas por “h” são exceção a esta regra, já que exigem sempre o uso do hífen. Exemplos: super-herói, hiper-hidrose, hiper-humano.
Usa-se o hífen com prefixos terminados por consoante se a palavra for iniciada pela mesma consoante.
hiper-requintado inter-racial inter-relação sub-bibliotecário super-resistente
Atenção: Com o prefixo “sub”, usa-se hífen também diante de palavra iniciada por “r”, como em sub-região e sub-raça.
Usa-se hífen nas palavras formadas pela junção dos prefixos “pré”, “pós” e “pró” com palavras de significado próprio.
pós-graduação pré-história pré-natal pró-desarmamento
Com os prefixos “circum” e “pan”, usa-se hífen diante de palavras iniciadas por “m”, “n” e “vogal”.
circum-adjacência circum-mediterrâneo circum-navegação pan-americano
Usa-se sempre o hífen com os prefixos “além”, “aquém”, “recém” e “sem”.

além-mar além-fronteiras aquém-oceano recém-casado recém-nascido sem-terra

Mais resoluções de matemática da primeira parte