quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Exercícios de história para o Enem 3

1
A Inglaterra deve governar o mundo porque é a melhor; o poder deve ser usado; seus concorrentes imperiais não são dignos; suas colônias devem crescer, prosperar e continuar ligadas a ela. Somos dominantes, porque temos o poder (industrial, tecnológico, militar, moral), e elas não; elas são inferiores; nós, superiores, e assim por diante.
SAID, E. Cultura e imperialismo. São Paulo: Cia das Letras, 1995 (adaptado).
O texto reproduz argumentos utilizados pelas potências europeias para dominação de regiões na África e na Ásia, a partir de 1870. Tais argumentos justificavam suas ações imperialistas, concebendo-as como parte de uma
A cruzada religiosa.
B catequese cristã.
C missão civilizatória.
D expansão comercial ultramarina.
E política exterior multiculturalista.

2
Embora o aspecto mais óbvio da Guerra Fria fosse o confronto militar e a cada vez mais frenética corrida armamentista, não foi esse o seu grande impacto. As armas nucleares nunca foram usadas. Muito mais óbvias foram as consequências políticas da Guerra Fria.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado).
O conflito entre as superpotências teve sua expressão emblemática no(a)
A formação do mundo bipolar.
B aceleração da integração regional.
C eliminação dos regimes autoritários.
D difusão do fundamentalismo islâmico.
E enfraquecimento dos movimentos nacionalistas.

3



Os eventos ocorridos no dia 11 de setembro de 2001 geraram mudanças sociais nos Estados Unidos, que
A ampliaram o isolacionismo e autossuficiência da economia norte-americana.
B mitigaram o patriotismo e os laços familiares em razão das mortes causadas.
C atenuaram o xenofobismo e a tensão política entre os países do Oriente e Ocidente.
D aumentaram o preconceito contra os indivíduos de origem árabe e religião islâmica.
E diminuíram a popularidade e legitimidade imediata do chefe de Estado para lidar com o evento.

4
TEXTO I
O aparecimento da máquina movida a vapor foio nascimento do sistema fabril em grande escala,representando um aumento tremendo na produção,abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).
TEXTO II
Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas.
LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).
As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente,
A ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico.
B acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho.
C debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho.
D indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais.
E minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos.

5
O papel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) alterou-se desde sua origem em 1949. A Otan é uma aliança militar que se funda sobre um tratado desegurança coletiva, o qual, por sua vez, indica a criação de uma organização internacional com o objetivo de manter a democracia, a paz e a segurança dos seus integrantes.
No começo dos anos de 1990, em função dos conflitos nos Bálcãs, a Otan declarou que a instabilidade na Europa Central afetava diretamente a segurança dos seus membros. Foi então iniciada a primeira operação militar fora do território dos países-membros. Desde então ela expandiu sua área de interesse para África, Oriente Médio e Ásia.
BERTAZZO, J. Atuação da Otan no Pós-Guerra Fria: implicações para a segurança nacional e para a ONU. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, jan.-jun. 2010 (adaptado).
Os objetivos dessa organização, nos diferentes períodos descritos, são, respectivamente:
A Financiar a indústria bélica – garantir atuação global.
B Conter a expansão socialista – realizar ataques preventivos.
C Combater a ameaça soviética – promover auxílio humanitário.
D Minimizar a influência estadunidense – apoiar organismos multilaterais.
E Reconstruir o continente devastado – assegurar estabilidade geopolítica.

6
É preciso ressaltar que, de todas as capitanias brasileiras, Minas era a mais urbanizada. Não havia ali hegemonia de um ou dois grandes centros. A região era repleta de vilas e arraiais, grandes e pequenos, em cujas ruas muita gente circulava.
PAIVA, E. F. O ouro e as transformações na sociedade colonial. São Paulo: Atual, 1998.
As regiões da América portuguesa tiveram distintas lógicas de ocupação. Uma explicação para a especificidade da região descrita no texto está identificada na
A apropriação cultural diante das influências externas.
B produção manufatureira diante do exclusivo comercial.
C insubordinação religiosa diante da hierarquia eclesiástica.
D fiscalização estatal diante das particularidades econômicas.
E autonomia administrativa diante das instituições metropolitanas.

7
A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou mais tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos eram extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as condições de vidada escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra solução para o problema da mão de obra.
COSTA, E. V. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp, 2010.
Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós determinou a extinção do tráfico transatlântico de cativos e colocou em evidência o problema da falta de mão de obra para a lavoura. Para os cafeicultores paulistas, a medida que representou uma solução efetiva desse problema foi o (a)
A valorização dos trabalhadores nacionais livres.
B busca por novas fontes fornecedoras de cativos.
C desenvolvimento de uma economia urbano-industrial.
D incentivo à imigração europeia.
E escravização das populações indígenas.

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Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar.
COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.
O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se encontra expresso em:
A Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones.
B Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios.
C Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais.
D Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades indígenas.
E Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos índios.

9





Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 3 dez. 2012 (adaptado).
Nos mapas, está representada a região dos Bálcãs, em dois momentos do século XX. Uma causa para a mudança geopolítica representada foi a
A adoção do euro como moeda única.
B suspensão do apoio econômico soviético.
C intervenção internacional liderada pela Otan.
D intensificação das tensões étnicas regionais.
E formação de um Estado islâmico unificado.

10
Eu mesmo me apresento: sou Antônio:
sou Antônio Vicente Mendes Maciel
(provim da batalha de Deus versus demônio
Com a res publica marca de Caim).
Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,
Sou natural de Quixeramobim,
O Antônio Conselheiro deste chão
Que vai ser mar e o mar vai ser sertão.
ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração: cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o movimento de Canudos, ao retratar seu líder como
A crítico do regime político recém-proclamado.
B partidário da abolição da escravidão.
C contrário à distribuição da terra para os humildes.
D defensor da autonomia política dos municípios.
E porta-voz do catolicismo ortodoxo romano.

11
Sou um partidário da Comuna de Paris, que, por ter sido massacrada, sufocada no sangue pelos carrascos da reação monárquica e clerical, tornou-se ainda mais viva, mais poderosa na imaginação e no coração do proletariado da Europa; sou seu partidário sobretudo porque ela foi uma negação audaciosa, bem pronunciada, do Estado.
BAKUNIN, M. apud SAMIS, A. Negras tormentas: o federalismo e o internacionalismo na Comuna de Paris. São Paulo: Hedra, 2011.
A Comuna de Paris despertou a reação dos setores sociais mencionados no texto, porque
A instituiu a participação política direta do povo.
B consagrou o princípio do sufrágio universal.
C encerrou o período de estabilidade política europeia.
D simbolizou a vitória do ideário marxista.
E representou a retomada dos valores do liberalismo.

12
TEXTO I
É notório que o universo do futebol caracteriza-se por ser, desde sua origem, um espaço eminentemente masculino; como esse espaço não é apenas esportivo, mas sociocultural, os valores nele embutidos e dele derivados estabelecem limites que, embora nem sempre tão claros, devem ser observados para a perfeita manutenção da “ordem”, ou da “lógica’” que se atribui ao jogo e que nele se espera ver confirmada. A entrada das mulheres em campo subverteria tal ordem, e as reações daí decorrentes expressam muito bem as relações presentes em cada sociedade: quanto mais machista, ou sexista, ela for, mais exacerbadas as suas réplicas.
FRANZINI, F. Futebol é “coisa pra macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, v. 25, n. 50, jul.-dez. 2005 (adaptado).
TEXTO II
Com o Estado Novo, a circularidade de uma prática cultural nascida na elite e transformada por sua aceitação popular completou o ciclo ao ser apropriada pelo Estado como parte do discurso oficial sobre a nacionalidade. A partir daí, o Estado profissionalizou o futebol e passou a ser o grande promotor do esporte, descrito como uma expressão da nacionalidade. O futebol brasileiro refletiria as qualidades e os defeitos da nação.
SANTOS, L. C. V. G. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção do Brasil. São Paulo: EdUNESP, 2010.
Os dois aspectos ressaltados pelos textos sobre a história do futebol na sociedade brasileira são respectivamente:
A Simbolismo político — poder manipulador.
B Caráter coletivo — ligação com as demandas populares.
C Potencial de divertimento — contribuição para a alienação popular.
D Manifestação de relações de gênero — papel identitário.
E Dimensão folclórica — exercício da dominação de classes.

13
No alvorecer do século XX, o Rio de Janeiro sofreu, de fato, uma intervenção que alterou profundamente sua fisionomia e estrutura, e que repercutiu como um terremoto nas condições de vida da população.
BENCHIMOL, J. Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A.N. O Brasil republicano: o tempo do liberalismo excludente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
O texto refere-se à reforma urbanística ocorrida na capital da República, na qual a ação governamental e seuresultado social encontram-se na:
A Cobrança de impostos — ocupação da periferia.
B Destruição de cortiços — revolta da população pobre.
C Criação do transporte de massa — ampliação das favelas.
D Construção de hospitais públicos — insatisfação da elite urbana.
E Edificação de novas moradias — concentração de trabalhadores.

14
O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos.
Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda sua descendência espúria.
Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do
governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao
A funcionamento regular dos partidos políticos.
B controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
C centralismo presente na Constituição então em vigor.
D mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
E imobilismo popular nos processos político-eleitorais.

15
A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. A presença da Corte implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia a alteração.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).
As transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro em decorrência da presença da Corte estavam limitadas à superfície das estruturas sociais porque
A a pujança do desenvolvimento comercial e industrial retirava da agricultura de exportação a posição deatividade econômica central na Colônia.
B a expansão das atividades econômicas e odesenvolvimento de novos hábitos conviviam com a exploração do trabalho escravo.
C a emergência das práticas liberais, com a abertura dos portos, impedia uma renovação política em prol da formação de uma sociedade menos desigual.
D a integração das elites políticas regionais, sob aliderança do Rio de Janeiro, ensejava a formação de um projeto político separatista de cunho republicano.
E a dinamização da economia urbana retardava o letramento de mulatos e imigrantes, importante para as necessidades do trabalho na cidade.


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texto 1


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GABARITO

1 - C
2 - A
3 - D
4 - B
5 - B
6 - D
7 - D
8 - D
9 - D
10 - A
11 - A
12 - D
13 - B
14 - B
15 - B
16 - C
17 - A
18 - C
19 - D
20 - C
21 - A
22 - A
23 - E
24 - D
25 - A
26 - B
27 – C

28 - D

Exercícios de geografia e sociologia para o Enem 1

1
Desde épocas remotas, a interação da sociedade com a natureza gera impactos diversificados, que transformam a complexidade do ambiente natural. A evolução progressiva do homem como ser social mostra que, quanto mais ele evolui tecnicamente, mais interfere na dinâmica da natureza.
ROSS, J. L. S. A sociedade industrial e o ambiente. In: ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
A partir da relação apresentada entre a sociedade e a natureza, é possível identificar uma causa e uma consequência da interferência humana no ambiente natural, a saber:
A A extração de matérias-primas para setores como o siderúrgico, o que tende a promover degradação de certos ecossistemas.
B A redução dos níveis de investimento do agronegócio, o que resulta diretamente na diminuição de espécies nativas.
C A extração de recursos naturais, gerando uma aproximação entre os ambientes naturais e humanizados.
D A interrupção dos incentivos públicos à indústria do turismo, o que implica a ampliação do equilíbrio ecológico.
E O aumento da produtividade agrícola, contribuindo para uma menor diversificação da fauna e da flora.

2
A problemática ambiental surgiu nas últimas décadas do século XX como uma crise de civilização, questionando a racionalidade econômica e tecnológica dominantes. Com isso, novas organizações da sociedade civil despontaram, interessadas em um alternativo de relação sociedade e natureza.
MIGUEL, K. G. A expressão dos movimentos ambientais na atualidade: mídia, diversidade e igualdade. Disponível em: http://www.intercom.org.br. Acesso em: 22 set. 2010.
Os movimentos sociais, em especial o movimento ambientalista, têm participado de forma decisiva na mudança de postura por parte das grandes empresas, principalmente no que diz respeito
A ao sistema produtivo, que considera os custos ambientais, já que muitos recursos são retirados da natureza e apresentam um meio adequado de reposição.
B à observação dos direitos civis, que são conquistas do poder público e resultam na observação de toda a legislação ambiental existente nos países.
C à diminuição da poluição emitida, porque essas empresas detêm grande parte da riqueza e tecnologia e utilizam cada vez menos recursos naturais.
D ao final da produção, quando os dejetos são devolvidos ao meio ambiente após a verificação dos efeitos negativos que poderiam causar ao longo do tempo.
E à adoção de medidas sustentáveis, a fim de que essas empresas atuem com responsabilidade nos locais em que estão instaladas.

3
Planejada ainda na Ditadura, a hidrelétrica de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo, virou um retrato do dilema a respeito do futuro do Brasil. Para crescer, gerar empregos e reduzir a alarmante desigualdade social, o país precisará de energia em abundância. O que vozes respeitadas perguntam, porém, é se uma grande usina no meio da Amazônia é a melhor saída.
SIQUEIRA, A. Carta Capital. Ano XV, nº 593, 2010 (adaptado).
Os impactos decorrentes da construção da hidrelétrica de Belo Monte sobre os diversos atores que vivem na região onde se pretende construí-la estão relacionados com
A a promoção do desenvolvimento das atividades tradicionais possibilitada pela disponibilidade de energia.
B a ampliação das oportunidades de emprego, que absorve as populações que são prejudicadas por sua construção.
C os riscos de deterioração das atividades tradicionais, causados pelas transformações no território.
D os prejuízos econômicos, que serão superados pelos benefícios trazidos para a população local.
E as transformações sociais, que são necessárias em qualquer processo de desenvolvimento.

4
Os impactos positivos da biotecnologia na agricultura envolvem o aprimoramento das práticas de cultivo, a redução da quantidade e melhoria na qualidade dos produtos agrícolas e o aumento da renda dos produtores.
Disponível em: www.cib.org.br. Acesso em: 26 jul.2011 (adaptado).
Um argumento que mostra uma desvantagem da utilização da biotecnologia para a sociedade, de modo geral, é
A a criação de produtos com propriedades nutritivas diferenciadas.
B o desenvolvimento de novas variedades de um determinado produto agrícola.
C a maior resistência das plantas geneticamente modificadas ao ataque de insetos.
D o desconhecimento acerca de seus possíveis efeitos sobre a saúde humana.
E a criação ou adaptação de culturas em solos e climas diferentes daqueles originais.

5
As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica é seu “estágio superior” ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho.
Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).
Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim,
A a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade Média.
B a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do seu produto final.
C o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de postos de trabalho nas fábricas.
D a organização de grupos familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam comercializadas.
E a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho e a inserção no processo fabril.

6
Vivemos nessa era interligada em que pessoas de todo o planeta participam de uma única ordem informacional das comunicações modernas. Graças à globalização e ao poder da internet, quem estiver em Caracas ou no Cairo conseguirá receber as mesmas músicas populares, notícias, filmes e programas de televisão.
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (fragmento).
O texto faz referência à revolução informacional, que vem produzindo uma série de alterações no cotidiano dos indivíduos. Nessa perspectiva, a vida social das pessoas está sofrendo grandes alterações devidas
A à diminuição na interação social entre os indivíduos mais informatizados.
B à velocidade com que as informações são disponibilizadas em todo o mundo.
C ao baixo fluxo de informações disponibilizadas pelos meios convencionais de comunicação.
D à maior disponibilidade de tempo para atividades relacionadas ao lazer.
E ao aumento nos níveis de desemprego entre os mais jovens.


7
Há 500 anos, desde a chegada do colonizador português, começaram as lutas contra o cativeiro e consequentemente contra o cativeiro da terra, contra a expulsão, que marcam as lutas dos trabalhadores. Das lutas dos povos indígenas, dos escravos e dos trabalhadores livres e, desde o final do século passado, dos imigrantes, desenvolveram-se as lutas camponesas pela terra.
FERNANDES, B. M. Brasil: 500 anos de luta pela terra. Revista de Cultura Vozes. Nº 2, 1999 (adaptado).
Os processos sociais e econômicos que deram origem e conformaram a identidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) têm em suas raízes mudanças relacionadas
A à distribuição de terras expropriadas dos grupos multinacionais e partilhadas entre os trabalhadores rurais.
B à política neoliberal, que proporcionou investimentos no campo e reduziu os conflitos fundiários.
C à migração de trabalhadores rurais brasileiros para o Paraguai, com o objetivo de cultivar soja.
D ao crescimento da luta pela terra e da implantação de assentamentos.
E à luta pelo acesso e permanência na terra, que passou da esfera nacional para a local.

8
A exploração de recursos naturais e a ocupação do território brasileiro têm uma longa história de degradação de áreas naturais. É resultado, entre outros fatores, da ausência de uma cultura de ocupação que respeitasse as características de seus biomas.
Disponível em: http://www.comciencia.br. Acesso em: 19 abr. 2010 (fragmento).
Ao longo da história, a apropriação da natureza e de seus recursos pelas sociedades humanas alterou os biomas do planeta. Em relação aos biomas brasileiros, em qual deles esse tipo de processo se fez sentir de forma mais profunda e irreversível?
A Na Floresta Amazônica, especialmente a partir da década de 1980, devastada pela construção de rodovias e expansão urbana.
B No Cerrado, que abriga muitas espécies de árvores sob risco de extinção, atingido pela mineração e agricultura.
C No Pantanal, que abrange parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, degradado pela mineração e pecuária.
D Na Mata Atlântica, que hoje abriga 7% da área original, devastada pela exploração da madeira e pelo crescimento urbano.
E Na Mata dos Cocais, localizada no Nordeste do país, desmatada pelo assoreamento e pelo cultivo da cana-de-açúcar.

9
A Mata Atlântica perdeu 31 195 hectares de sua cobertura vegetal. Segundo o levantamento, os dados apontam uma redução de 55% na taxa média anual de desmatamento, comparando com o período anterior analisado, o triênio 2005 a 2008. Essa diminuição pode ser explicada pelo avanço da legislação e também pelo trabalho dos órgãos de fiscalização.
VIALLI, A. O Estado de São Paulo, 27 maio 2011.
Dada a sua grande extensão, é difícil e caro fiscalizar o bioma em questão, no entanto, uma forma de vigilância eficiente e que vem sendo utilizada no Brasil para esse fim é:
A O aperfeiçoamento profissional dos fiscais, já que a modernização da sua atuação diminui o desmatamento.
B A implantação de Reservas de Preservação, que tornam as áreas intocáveis e, assim, isentas de degradação.
C A formação de Reservas de Conservação, cujos proprietários, extrativistas, impedem o desmatamento.
D A constituição de reservas indígenas, já que as terras passam a ser propriedade dos índios.
E O uso de equipamentos de sensoriamento remoto, por meio de imagens de satélites.

10
Enchente no Rio está entre as mais fatais dos
últimos 12 meses no mundo
As enchentes no Rio de Janeiro esta semana já causaram mais mortes do que qualquer outro incidente semelhante em 2010 em qualquer parte do mundo. Nos últimos 12 meses, a inundação no Rio foi a quinta mais fatal do mundo.
Disponível em: http://www.bbcbrasil.com. Acesso em: 16 abr. 2010.
Além do grande volume de chuva, um fator de ordem socioespacial que provoca a ocorrência de eventos como o citado no trecho da reportagem é
A a coleta seletiva de resíduos urbanos.
B a reconstituição de áreas de várzea degradadas.
C a dragagem de rios, canais e lagoas assoreados.
D a impermeabilização dos solos das grandes cidades.
E o ordenamento urbano, com a construção de condomínios populares.

11
A memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo).
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).
Com base no texto, qual é o significado da memória?
A É a prospecção e retenção de lembranças e recordações.
B É a perda de nossa relação com o presente, preservando o passado.
C É a capacidade mais alargada para lembrar e recordar fatos passados.
D É o esforço de apagar o passado e inaugurar o presente.
E É o potencial de evocar o passado apontando para o futuro.

12

Os mapas árabes ainda desenhavam o sul em cima e o norte embaixo, mas no século XIII a Europa já havia restabelecido a ordem natural do universo. O norte estava em cima e o sul embaixo. O mundo era um corpo, ao norte estava o rosto, limpo, que olhava o céu. Ao sul estavam as partes baixas, sujas, onde iam parar as imundícies e os seres escuros que eram a imagem invertida dos luminosos habitantes do norte.
GALEANO, E. Espelhos: Sul. Porto Alegre: L &PM, 2008 (adaptado).
A confecção de um mapa pode significar uma leitura ideológica do espaço. Assim, a Projeção de Mercator, muito utilizada para a visualização dos continentes, caracteriza-se por
A apresentar um hemisfério terrestre envolvido por um cone. As deformações aumentam na direção da base do cone.
B partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. Seus paralelos e meridianos são projetados a partir do centro do plano.
C conservar as formas, mas distorcer as superfícies das massas continentais. Seus paralelos e meridianos formam ângulos retos.
D alterar a forma dos continentes, preservando a área. Seus paralelos e meridianos formam ângulos retos.
E representar as formas e as superfícies dos continentes proporcionais à realidade. As linhas de meridianos acompanham a curvatura da terra.

13
O despotismo é o governo em que o chefe do Estado executa arbitrariamente as leis que ele dá a si mesmo e em que substitui a vontade pública por sua vontade particular.
KANT, I. Despotismo. In: JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
O conceito de despotismo elaborado pelo filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na interpretação do contexto político brasileiro posterior ao AI-5, porque descreve
A o autoritarismo nas relações de poder.
B as relações democráticas de poder.
C a usurpação do poder pelo povo.
D a sociedade sem classes sociais.
E a divisão dos poderes de Estado.

14
A cada 80 dias, 20 mil gravatas chegam a uma lojinha do Brás, bairro comercial de São Paulo. É o fim de uma viagem e tanto para elas ― navegam por um mês desde Shengzhou, uma cidade no leste chinês. Mas a parada no Brás não deve demorar. Pelo menos se depender de Márcio, o dono da loja. Ele costuma vender todo o estoque até a chegada da carga seguinte. Márcio não conhece muito de Shengzhou, mas sabe de algo importante: “Lá estão as gravatas mais baratas do mundo. Na Índia, são 15% mais caras. Na Europa, 300%”.
Superinteressante. Nº 271, nov. 2009.
A coesão é uma estratégia espacial adotada pelas indústrias para reduzir o custo de comercialização. No caso chinês, a interação socioespacial ocorre com diversas partes do mundo, inclusive com São Paulo. De acordo com as informações da reportagem, é possível identificar essa coesão na
A diminuição do custo da mão de obra intelectualizada.
B redução das redes de telecomunicações mundiais.
C distribuição global da montagem do produto.
D ampliação das distâncias continentais.
E especialização produtiva da indústria local.

15
“As tendências da moda, literatura, música, cinema, esportes, política, vida familiar refletem a mentalidade de uma época. E os mercados de ações registram, da mesma forma, essa mentalidade prevalecente. Os preços das ações são o melhor indicador do grau de otimismo, da disposição, da psicologia das multidões,” afirma Robert Prechter, em Cultura Popular e o Mercado de Ações (1985).
Época. Ed. 549, 24 nov. 2008.
O texto mostra como as práticas sociais estão relacionadas com os valores predominantes em uma determinada época, em que os fatores influenciadores são ações
A econômicas isoladas.
B sociais interativas.
C psicológicas individuais.
D intuitivas herdadas.
E culturais locais.

16
Subjaz na propaganda tanto política quanto comercial a ideia de que as massas podem ser conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda tem um traço de coerção. Nesse sentido, a filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda política, mas toda a moderna publicidade de massa contém um elemento de coerção”.
AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).
À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea?
A O fortalecimento da sociedade civil.
B A transparência política das ações do Estado.
C A dissociação entre os domínios retóricos e a política.
D O combate às práticas de distorção de informações.
E O declínio do debate político na esfera pública.

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Em uma das reuniões do GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) na rua Major Sertório, no centro de São Paulo, mais de 80 jovens ocupam uma sala. Sentados em cadeiras, sofás ou em almofadas no chão, conversam, esclarecem dúvidas e falam sobre as dificuldades e prazeres típicos desta fase da vida. No final, participam de uma confraternização com lanche e música. O que os une nesta tarde de domingo não é política ou religião, mas a orientação sexual: eles são LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) ou querem conhecer pessoas que sejam, por conta de dúvidas quanto à própria sexualidade.
FUHRMANN, L. Mães e filhos: um grupo em São Paulo ajuda familiares a lidar com a homossexualidade de jovens e adolescentes. Carta Capital. Nº 589, São Paulo: Confiança, mar. 2010.
Tendo em conta as formas de incompreensão e intolerância que ainda marcam certas visões sobre o tema da diversidade sexual, o que embasa a criação de movimentos sociais como o GPH e de outros grupos LGBT com o mesmo perfil?
A A liberalidade frequente dos pais de homossexuais.
B As normas legais que amparam os homossexuais.
C A participação político-partidária dos grupos LGBT.
D A necessidade de superar o medo e a discriminação.
E As tentativas de atrair os consumidores gays.

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A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas ― junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados ― que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de bens registrados como Patrimônio Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre outros.
Disponível em: http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é
A reconhecer o valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
B recuperar as características originais das manifestações culturais dos povos nativos do Brasil.
C promover o respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
D possibilitar a absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
E inserir as manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus produtores.

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Texto I

Texto II
Em sentido antropológico, não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas, no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as práticas, as instituições variam de formação social para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal e histórica, passa por transformações culturais amplas.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).
A concepção que perpassa a imagem e o texto parte da premissa de que o respeito à diversidade cultural significa
A exaltar os elementos de uma cultura.
B proteger as minorias culturais.
C estimular as religiões monoteístas.
D incentivar a divisão de classes.
E promover a aceitação do outro.

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A confusão era grande e ficou ainda maior depois do discurso do presidente norte-americano Barack Obama em defesa da guerra, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 2009. Como liberal, Obama poderia ter utilizado os argumentos do filósofo alemão Immanuel
Kant (1724-1804), que também defendeu, na sua época, a legitimidade das guerras como meio de difusão da civilização européia.
FIORI, J. L. A moral internacional e o poder. Revista CULT. Nº 145. São Paulo: Bregantini, abr. 2010.
O argumento utilizado por Barack Obama ao defender a guerra em nome da paz constitui um tipo de raciocínio
A indutivo.
B dedutivo.
C paradoxal.
D metafórico.
E analógico.

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O processo de modernização da agricultura brasileira que vem se processando nas últimas décadas tem causado grandes transformações no campo. A principal delas é a privatização de grandes parcelas de terras, fato que não é recente na história brasileira.
RIBEIRO, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara: Wunderlich, 2001 (fragmento).
Embora esteja associado à ampliação do PIB e ao aumento das exportações, o processo de modernização da agricultura vivido pelo Brasil nas últimas décadas contribuiu para a exclusão social no campo, porque
A ampliou os salários e a concorrência pelas vagas de trabalho no agronegócio.
B revelou a inadaptação dos trabalhadores rurais à modernidade capitalista.
C contribuiu para a especulação fundiária e o êxodo de trabalhadores rurais.
D impediu a participação dos pequenos agricultores no mercado de exportações.
E significou uma expressiva diminuição da infraestrutura produtiva nas cidades do interior.

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Texto I
A bandeira no estádio é um estandarte/A flâmula pendurada na parede do quarto/ O distintivo na camisa do uniforme/ Que coisa linda é uma partida de futebol/ Posso morrer pelo meu time/ Se ele perder, que dor, imenso crime/ Posso chorar se ele não ganhar/ Mas se ele ganha, não adianta/ Não há garganta que não pare de berrar/ A chuteira veste o pé descalço/ O tapete da realeza é verde/ Olhando para a bola eu vejo o sol/ Está rolando agora, é uma partida de futebol
SKANK. Uma partida de futebol. Disponível em: www.letras.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).
Texto II
O “gostar de futebol” no Brasil existe fora das consciências individuais dos brasileiros. O gosto ou a paixão por um determinado esporte não existe naturalmente em nosso “sangue”, como supõe o senso comum. Ele existe na coletividade, em nosso meio social, que nos transmite esse sentimento da mesma forma que a escola nos ensina a ler e a escrever.
HELAL, R. O que é Sociologia do Esporte? São Paulo: Brasiliense, 1990.
Chamado de ópio do povo por uns, paixão nacional por outros, o futebol, além de esporte mais praticado no Brasil, pode ser considerado fato social, culturalmente apreendido, seja por seus praticantes, seja pelos torcedores. Nesse sentido, as fontes acima apresentam ideias semelhantes, pois o
A futebol aparece como elemento integrante da cultura brasileira.
B lazer aparece em ambos como a principal função social do futebol.
C “tapete verde” e a “bola–sol” são metáforas do nacionalismo.
D esporte é visto como instrumento de divulgação de valores sociais.
E futebol é visto como um instante de supressão da desigualdade social.

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Hoje, o Brasil produz cerca de 16 bilhões de litros de álcool por ano, em quase 3 milhões de hectares, o suficiente para atender a 40% da frota de veículos nacionais. Para substituir completamente a gasolina, essa produção teria mais que dobrar. De acordo com a Embrapa, há espaço para isso: cerca de 90 milhões de hectares disponíveis para a expansão da agricultura.
GIRARDI, G. O país do etanol. Revista Horizonte Geográfico. Nº 112, 2010.
O Brasil apresenta grande potencialidade para a produção de biocombustíveis, visto que
A estimula a produção do etanol a partir do milho, que se apresenta como alternativa de fonte renovável de maior rentabilidade.
B desenvolve nas áreas agricultáveis de grande porte o cultivo da cana-de-açúcar amparado por técnicas e tecnologias tradicionais.
C disponibiliza, na maior parte das áreas agricultáveis de cana, novos recursos tecnológicos substitutivos de técnicas antigas e poluidoras.
D promove a exploração de energias renováveis de segunda geração, já que garantem produtividade similar ao do álcool.
E oferece a combinação de solo, clima e fontes renováveis capazes de favorecer uma cadeia de produção com potencial de abastecer o mercado.

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Uma família partiu de Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de janeiro de 2010, portanto, dentro do período de vigência do horário de verão, com destino a Belém (PA).
Apesar da distância, a viagem será feita de automóvel e terá duração de 56 horas. Qual o dia e a hora de chegada dessa família à capital paraense?
A Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h.
B Dia 3 de janeiro de 2010, às 15h.
C Dia 2 de janeiro de 2010, às 16h.
D Dia 3 de janeiro de 2010, às 16h.
E Dia 3 de janeiro de 2010, às 17h.

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A aceleração da taxa de extinção de espécies é um grave e irreversível problema global causado pelos danos às reservas florestais. As previsões das taxas de extinção variam enormemente e, segundo alguns autores, poderão variar entre 20% e 50% de todas as espécies existentes até o final do século, essencialmente, pela destruição do hábitat nos trópicos.
As Reservas Florestais pedem Socorro. Revista Geografia. Ed. 30, abr. 2010 (adaptado).
As taxas atuais de extinção nos países desenvolvidos são baixas em comparação com as das florestas tropicais e isso se deve à
A exploração sustentável da enorme diversidade natural existente nesses países.
B introdução de modernas tecnologias capazes de conter o avanço do desmatamento.
C degradação já causada anteriormente por pressões advindas do processo de industrialização.
D conservação de superfícies significativas de ecossistemas pouco alterados pela ação antrópica.
E incorporação dos recursos florestais à riqueza nacional desses países, favorecendo o extrativismo.

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Os dados do recenseamento geral do Brasil de 1991 parecem confirmar a tendência ao movimento que, nos anos de 1970, já se vinha registrando, com o aumento do número de cidades médias. Os municípios com população entre 200 mil e 500 mil habitantes passam de 33 para 85, em 1991.
Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O aumento do número de cidades médias, retratado pelo autor Milton Santos, ainda persiste nos dias atuais no território brasileiro. Uma justificativa para este fato seria:
A A chegada de multinacionais na região amazônica com a criação da Zona Franca de Manaus, no início dos anos de 1970.
B O processo de criação de novas cidades planejadas no interior do país, baseadas em uma economia extrativista mineral.
C A expansão do agronegócio nas regiões litorâneas do país, como no caso da cana-de-açúcar e do cacau no litoral nordestino.
D O processo de desconcentração das atividades econômicas como a indústria e a agricultura intensiva para áreas do interior do país.
E A desconcentração das atividades industriais e agropecuárias, que se concentravam na porção central do país e hoje atingem áreas litorâneas.

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As modificações naturais e artificiais na cobertura vegetal das bacias hidrográficas influenciam o seu comportamento hidrológico. A alteração da superfície da bacia tem impactos significativos sobre o escoamento. Esse impacto normalmente é caracterizado quanto ao efeito que provoca no comportamento das enchentes, nas vazões mínimas e na vazão média.
TUCCI, C.E.M.; CLARKE, R.T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: erosão. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. V. 2, n°. 1 jan./jun. 1997 (fragmento).
Ao analisar três rios com coberturas vegetais distintas ― agrícola, floresta regenerada e floresta natural ― de uma mesma bacia hidrográfica, após uma mesma precipitação, conclui-se que a vegetação é fundamental no comportamento da vazão dos rios, uma vez que a
A cobertura mais densa no ambiente agrícola proporciona o menor pico de vazão.
B cobertura mais espaçada na floresta natural ocasiona o maior pico de vazão.
C floresta regenerada, por possuir mais densidade de biomassa, possui o menor pico de vazão.
D vegetação agrícola proporciona o mais demorado e o segundo maior pico de vazão.
E vegetação de floresta natural possui o menor pico de vazão.

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“Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes.
Héritier, F. O eu, o outro e a tolerância. In: Héritier, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: Edusc, 1999 (fragmento).
A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?
A Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
B Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
C Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
D Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
E Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.


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A questão agrária e as lutas de hoje pela terra são herdeiras de processos transcorridos nas décadas de 1940 a 1960. Contudo, se no contexto anterior a questão agrária tinha em sua base o arcaísmo do mundo rural, hoje ela é resultante dos processos de modernização da agricultura.
GRYNSZPAN, M. Tempo de Plantar, tempo de colher. In: Nossa História. Ano 1, nº 9, São Paulo: Vera Cruz, jul. 2004 (adaptado).
A modernização da agricultura no Brasil aprofundou as causas da luta pela terra a partir dos anos 1970, pois
A piorou as relações de trabalho no campo, mas conteve o êxodo rural.
B elevou a produtividade agrícola, mas intensificou a concentração fundiária.
C introduziu novas máquinas na agricultura, mas não criou condições para o escoamento da produção.
D aumentou a competitividade da agricultura, mas a desvinculou dos produtos primários.
E implementou relações capitalistas no campo, mas impediu a sindicalização dos trabalhadores rurais.


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Parece-me bastante significativo que a questão muito discutida sobre se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferramentas. E a razão disto é que todas as ferramentas da manufatura permanecem a serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico delas.
ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento).
Com base no texto, as principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são
A o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador.
B a reformulação dos modos de produção e o engajamento político do trabalhador.
C o aperfeiçoamento da produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.
D a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador.
E o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina.

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Atualmente, a noção de que o bandido não está protegido pela lei tende a ser aceita pelo senso comum. Urge mobilizar todas as forças da sociedade para reverter essa noção letal para o Estado Democrático de Direito, pois, como dizia o grande Rui Barbosa, “A lei que não protege o meu inimigo, não me serve”.
SAMPAIO, P. A. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. In.: Os Direitos Humanos desafiando o século XXI. Brasília: OAB; Conselho Federal; Comissão Nacional de Direitos Humanos, 2010.
No texto, o autor estabelece uma relação entre democracia e direito que remete a um dos mais valiosos princípios da Revolução Francesa: a lei deve sr igual para todos. A inobservância desse princípio é uma ameaça à democracia, porque
A resulta em uma situação em que algumas pessoas possuem mais direitos do que outras.
B diminui o poder de contestação dos movimentos sociais organizados.
C favorece a impunidade e a corrupção por meio dos privilégios de nascimento.
D consagra a ideia de que as diferenças devem se basear na capacidade de cada um.
E restringe o direito de voto a apenas uma parcela da sociedade civil.


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A atuação do Judiciário deve ser avaliada mais por seu aspecto geral, pois sua missão-mor transcende os processos vistos isoladamente. Sua tarefa é produzir uma ordem estável que paire sobre a sociedade. Independentemente da matéria-prima que tenha em mãos, o Judiciário deve produzir uma ordem que permita à sociedade, com suas diferenças e paradoxos, viver e se desenvolver de modo seguro. Por esse prisma, decisões questionáveis quando vistas isoladamente se justificam quando olhadas sistemicamente, pois foram proferidas tendo em vista a importância que trariam para a construção da ordem.
VILELA, H. O. T. O ativismo judicial e o jogo dos três poderes. Valor Econômico. 14 jun. 2011 (adaptado).
Considerando que a sociedade é uma estrutura complexa, com interesses contraditórios, segundo o texto, as decisões do Poder Judiciário
A são inquestionáveis.
B devem ser infalíveis e imparciais.
C interferem na organização da sociedade.
D eliminam as contradições e as diferenças.
E constroem a ponte entre os demais poderes.

GABARITO
1 - A
2 - E
3 - C
4 - D
5 - B
6 - B
7 - D
8 - D
9 - E
10 - D
11 - E
12 - C
13 - A
14 - E
15 - B
16 - E
17 - D
18 - C
19 - E
20 - C
21 - C
22 - A
23 - E
24 - B
25 - C
26 - D
27 - E
28 - B
29 - B
30 - A
31 - A

32 - C