terça-feira, 30 de abril de 2013

Terceira Redação


PROPOSTA DE REDAÇÃO 3
Uma vez que nos tornamos leitores da palavra, invariavelmente estaremos lendo o
mundo sob a influência dela, tenhamos consciência disso ou não. A partir de então,
mundo e palavra permearão constantemente nossa leitura e inevitáveis serão as
correlações, de modo intertextual, simbiótico, entre realidade e ficção.
Lemos porque a necessidade de desvendar caracteres, letreiros, números faz com que
passemos a olhar, a questionar, a buscar decifrar o desconhecido. Antes mesmo de ler a palavra,
já lemos o universo que nos permeia: um cartaz, uma imagem, um som, um olhar, um gesto.
São muitas as razões para a leitura. Cada leitor tem a sua maneira de perceber e de
atribuir significado ao que lê.
Inajá Martins de Almeida. O ato de ler.
Internet: <www.amigosdolivro.com.br> (com adaptações).

Minha mãe muito cedo me introduziu aos livros.
Embora nos faltassem móveis e roupas, livros não
poderiam faltar. E estava absolutamente certa.
Entrei na universidade e tornei-me escritor. Posso
garantir: todo escritor é, antes de tudo, um leitor.
Moacyr Scliar. O poder das letras. In: TAM Magazine,
jul./2006, p. 70 (com adaptações).

Existem inúmeros universos coexistindo com o nosso, neste exato instante, e todos
bem perto de nós. Eles são bidimensionais e, em geral, neles imperam o branco e o
negro.
Estes universos bidimensionais que nos rodeiam guardam surpresas incríveis
e inimagináveis! Viajamos instantaneamente aos mais remotos pontos da Terra ou do Universo;
ficamos sabendo os segredos mais ocultos de vidas humanas e da natureza; atravessamos eras
num piscar de olhos; conhecemos civilizações desaparecidas e outras que nunca foram vistas por
olhos humanos.
Estou falando dos universos a que chamamos de livros. Por uns poucos reais podemos
nos transportar a esses universos e sair deles muito mais ricos do que quando entramos.
Internet: <www.amigosdolivro.com.br> (com adaptações).

Considerando que os textos acima têm caráter apenas motivador, redija um texto dissertativo a respeito
do seguinte tema:

O PODER DE TRANSFORMAÇÃO DA LEITURA.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo
de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de
vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
Observações:
Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.
A redação deve ser desenvolvida na folha própria e apresentada a tinta.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Figuras de estilo


FIGURAS DE ESTILO
·         Metáfora: é uma troca de termo que se associa a um outro, baseando-se numa comparação de ordem pessoal e subjetiva.
Ex:

O cometa rasgou céus brasileiros.
Essa garota é um doce.
Depois que o professor o chamou à atenção, Luís murchou.
Cardumes de submarinos povoam nossos mares.

·         Metonímia: é a substituição de um termo por outro, baseando-se numa estreita relação de sentido.
Ex:
- o autor pela obra:
Acabei de ler Vinícius de Moraes.
- o continente pelo conteúdo:
Bebi apenas dois copos de vinho.
- o lugar pela pessoa:
O Cachoeirinha faltou hoje.
- o efeito pela causa:
Ergueu a casa com seu sangue.
- a parte pelo todo:
Algumas janelas, aqui e ali, continuam acesas, esquecidas da noite que se foi.
- o material pelo objeto:
O gato quebrou toda a porcelana da casa.
 - a marca pelo produto:
Usa gilete diariamente.

·         Catacrese: é um tipo de metáfora, com o uso de um termo figurado pela falta de outro mais próprio.
Ex:
Quebrou o pé da mesa.
Ela pintou a maçã do rosto.

·         Antítese: é a forma de salientar a oposição entre palavras e ideias.
Ex:

Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio.
Já estou cego de te ver.
·         Eufemismo: é o emprego de uma forma suave e polida no lugar de outra grosseira.
Ex:
O teu colega faltou com a verdade.
Tive que juntar no parque aquilo que todo o cachorro faz.

·         Prosopopeia: é a atribuição de características humanas a seres inanimados, irracionais ou abstratos. Também é chamada de personificação.
Ex:
Quando o galo cantar está na hora de acordar.
Quando os galhos dançam com o vento.

·         Hipérbole: ocorre quando há um exagero intencional de uma expressão.
Ex:
O professor já explicou umas cem vezes.

·         Gradação: é uma sequência de ideias expostas em ordem crescente ou decrescente de intensidade.
Ex:
A pessoa chorou, esperneou e berrou, mas não adiantou.

·         Perifrase: é a substituição de um nome próprio ou comum por outra expressão.
Ex:
A Veneza brasileira amanheceu alagada.
O astro-rei iluminou o amanhecer.

·         Ironia: ocorre quando se atribui um valor sarcástico ou depreciativo de forma intencional a palavras ou expressões.
Ex:
Não diga, meu amor!

Terceiro esquenta para o simulado


1. Assinale a alternativa incorreta:
a) O Zoroastrismo foi uma religião dos povos da mesopotâmia, baseada na luta entre o bem e o mal.
b) Os Hebreus saíram da mesopotâmia para se fixar inicialmente na Palestina.
c) O povo do Egito utilizava as enchentes do Rio Nilo, apenas, para a sua locomoção.
d) O povo fenício estava organizado em cidades estados, sendo que a sua principal atividade econômica era o comércio.
e) Uma das evoluções do povo persa foi a criação de estradas.

2. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações abaixo referentes ao povo Grego
(   ) Nos tempos Homéricos, as cidades gregas estavam organizadas em um governo central.
(   ) Após a tentativa de invasão persa, as cidades gregas organizaram um liga, esta liga ficou conhecida como Liga de Delos, sob o comando de Atenas.
(   ) Toda a pessoa que morava em Atenas era considerada cidadão e poderia participar de todas as esferas da organização da cidade.
(   ) A Guerra do Peloponeso foi causada pelo domínio de Atenas sobre as outras cidades da Grécia, sendo que Atenas desviou os recursos destinados para a Liga de Delos.

3. Uma carroça parte da cidade A, que esta localizada a 30 E, e se desloca para a cidade B, que está localizada a 90 W. A viagem demora 5 horas e, a cidade A, está sob regime de horário de verão. Considere que a carroça partiu às 20 horas de domingo, horário da cidade A, qual seria a hora e o dia que ela chegaria à cidade B.
a) 16 horas de domingo.
b) 16 horas de segunda.
c) 5 horas de segunda.
d) 11 horas de domingo.
e) Não sei, não tenho relógio.

4. Ao viajar, uma pessoa pega, pela manhã, sol de frente. Chegando a uma cidade, ela faz uma curva de 90 para a esquerda, continua andando e posteriormente faz outra curva para a direita. Assinale a alternativa que representa a direção tomada pela pessoa desde a partida da viagem.
a) Norte, leste e sul.
b) Sul, oeste e norte.
c) Leste, sul e norte.
d) Oeste, norte e leste.
e) Leste, norte e leste.



5. Qual o tipo de interação que ocorre nos seguintes casos:
I. Uma orquídea se fixa no tronco de uma árvore para receber melhor os raios solares.
II. Um cachorro e um gato disputando o mesmo pedaço de pão.
III. Um pássaro retira os carrapatos de um boi.
IV. Tênia habitando o intestino de uma criança.
Assinale a alternativa que apresenta os tipos de interação que ocorrem nos casos acima, na ordem em que são apresentadas.
a) Epifitismo, competição, mutualismo e parasitismo.
b) Amensalismo, predação, protocooperação e comensalismo.
c) Amensalismo, predação, mutualismo e comensalismo.
d) Epifitismo, competição, protocooperação e parasitismo.
e) Mimetismo, inquilinismo, comensalismo e amensalismo.

6. Assinale a alternativa incorreta
a) Um formigueiro é considerado uma sociedade, pois os seus membros dividem o trabalho.
b) Quando pequenos arbustos começam a crescer em um matagal, a sucessão que ocorre é considerada primária.
c) Você e o seu irmão, quando disputam o último pedaço de chocolate estão no mesmo nicho ecológico.
d) Quando uma pessoa é vegetariano, ela pertence ao mesmo nível trófico de uma vaca.
e) Seres autotróficos produzem o seu próprio alimento.

7. Um sistema fechado que apresenta dois litros de água, 200 g de areia, 2 g de açúcar, dois cubos de gelo e espaço vazio. Assinale a alternativa correta em relação a este sistema
a) O sistema é heterogêneo e apresenta 5 fases.
b) O sistema é homogêneo.
c) O sistema é heterogêneo e apresenta 6 fases.
d) O sistema é homogêneo com 4 fases.
e) O sistema é heterogêneo com 4 fases.

8. O fato de coar café passado, colocar açúcar no café e separar o café passado do azeite pode ser considerado
a) Filtração, dissolução e decantação.
b) Filtração, destilação e decantação.
c) Destilação fracionada, destilação e dissolução.
d) Separação magnética, peneiração e catação.
e) Peneiração, separação magnética e dissolução.

9. Analise o gráfico abaixo e assinale a alternativa que representa a relação da distância percorrida no tempo 1 e no tempo 2, sabendo que o tempo 1 e o tempo 2 são 5 s.

a) 1/4
b) 1/2
c) 1/3
d) 3/2
e) 1

10. Um corpo é solto do alto de um prédio, quando ele chega na metade da altura, a sua velocidade é de 20 m/s. Qual a altura total da queda
a) 20 m.
b) 40 m.
c) 60 m.
d) 80 m.
e) 100 m.

11. No dia primeiro de janeiro de 2010, um dólar valia R$ 2,12. No final do mês de junho, um dólar valia R$ 1,98. Assinale a alternativa correta sobre este caso.
a) O real ficou valorizado em menos de 10%.
b) O real ficou valorizado mais de 10%.
c) O real não sofreu variação na sua valorização.
d) O real sofreu uma desvalorização de menos de 10%.
e) O real sofreu uma desvalorização de mais de 10%.

12. O gráfico abaixo representa a quantidade de pessoas que freqüentam um certo estabelecimento comercial.

No estabelecimento C, D e E, frequentam 150 pessoas, distribuídas igualmente entre casa estabelecimento. Qual o número de pessoas que freqüentam o estabelecimento A.
a) 50.
b) 100.
c) 150.
d) 200.
e) 250.

Gabarito
1 - c
2 - F - V - F - V
3 - a
4 - e
5 - d
6 - b
7 - e
8 - a
9 - b
10 - b
11 - a
12 - b

domingo, 14 de abril de 2013

Primeira aula sobre literatura


Humanismo
                O Humanismo foi um movimento artístico e intelectual que surgiu na Itália no final do da Idade Média (século XIV) e alcançou a plena maturidade no Renascimento.
                No final da Idade Média a Europa estava em mudança, ocorreu o surgimento da burguesia, as pessoas vinham do campo para as cidades (burgos). Essas pessoas eram leigas e necessitavam de mais cultura, já que começavam a acumular riquezas.
Com essa nova visão, a cultura começou a sair do poder apenas da Igreja e dos Palácios para alcançar a população. Textos de autores da Antiguidade Clássica foram redescobertos e considerados uma fonte de saber a respeito dos ser humano.
Com isso, se resgatava uma visão mais antropocêntrica que era característica da cultura Greco-latina. Iniciou-se uma fuga do teocentrismo e ocorreu uma visão mais humanista do ser humano.
v  O projeto literário do Humanismo
Como era uma fase de transição da época medieval para a moderna, o projeto literário não tem características completamente definidas, sendo que o velho e o novo convivem, ocasionando uma tensão que se evidencia na produção cultural e artística.
Essa nova produção abandona a subordinação da Igreja e resgata os valores clássicos.
A obra de Dante Alighieri e de Francesco Petrarca constitui a base para o desenvolvimento da literatura no período do humanismo e serviu de inspiração para artistas de outros países europeus.
Humanismo em Portugal
O Humanismo chegou em Portugal no início do reinado da Dinastia de Avis (1385) a produção poética entra em crise e não há relato da circulação de textos poéticos no país. Nesse período (1350 – 1450) o país vive o apogeu da literatura histórica e político doutrinária.
v  Fernão Lopes: foi nomeado cronista-mor do reino em 1434, sendo considerado o marco inicial do Humanismo em Portugal. Ele escreveu três crônicas:
·         Crônica de El-Rei D. Pedro I: nesse texto esta o relato da morte de Inês de Castro, amante do rei, assassinada a mando de D. Afonso IV, pai de D. Pedro I. Nesse volume estão compilações e críticas ao reinado de D. Pedro I.
·         Crônica de El-Rei D. Fernando: reconstituição do período do casamento de D. Fernando com Dona Leonor Teles e encerra-se com a Revolução de Avis. 
·         Crônica de El-Rei D. João: é dividida em duas partes, a primeira relata a morte de D. Fernando e a subida de D. João ao trono e a segunda relata o reinado de D. João.
Fernão distinguia-se dos demais cronistas pela importância que dava ao povo, tratando ele como coadjuvante da história dos reis.
v  Gil de Vicente: na Idade Média, todos os teatros eram de cunho religioso e eram apresentados no pátio das igrejas e dos monastérios. No momento que o Paço Real adquire maior importância, torna-se centro da movimentação cultural e é de lá que as peças são encenadas, sendo que a atividade teatral se intensifica e começa a abranger outros assuntos e não apenas os religiosos.
Em Portugal o grande autor teatral dessa época é Gil de Vicente, que em 71 anos de vida produz 44 peças.
As peças de Gil de Vicente têm caráter moralista, condenando os comportamentos condenáveis e enaltecendo as virtudes. A religião Católica é tomada como parâmetro do que é certo e errado, mas sem deixar de criticar o comportamento mundano dos membros da Igreja. Mesmo tomando a religião católica como base para comparações, ele nunca deixou de voltar as suas atenções para o indivíduo, jamais para a Igreja Católica.
As suas obras podem ser divididas em:
·         Autos pastoris: são as obras do início da carreira, algumas têm caráter religioso, como o Auto pastoril português, e outras têm caráter profano, como Auto pastoril da serra da Estrela.
·         Autos de moralidade: é o gênero que ele se celebrizou, como é o caso da trilogia das barcas (Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório e Auto da barca da glória) e do Auto da Alma.
·         Farsas: peças de caráter critico e cômico, utilizando tipos populares e desenvolvendo-se em torno de problemas sociais. As mais populares são Farsa de Inês Pereira, história de uma jovem que vê no casamento uma forma de ascensão social e O velho da horta, que ridiculariza a paixão de um velho casado por uma jovem virgem.

§  Resumo de algumas obras de Gil de Vicente
·         Auto da Barca do inferno: tudo gira em torno de dois personagens fixos “anjo e diabo”. A peça se passa em um lugar imaginário onde se encontram duas barcas, a Barca da Glória e a Barca do Inferno.
Os seguintes personagens encontram-se para o julgamento em qual barca cada um deve entrar:
Um Fidalfo;
Um Onzeneiro (agiota);
Um Sapateiro (parece ser abastado);
Joane, um Parvo que era um homem simples e tolo;
Um Frade;
Uma alcoviteira;
Um Judeu;
Um Corregedor e um Procurador, alto funcionário da Justiça;
Um Enforcado;
Quatro Cavaleiros que morreram em combate pela fé;
Apenas os Quatro Cavaleiros e o Parvo podem entrar na Barca da Glória.
O Diabo está alegre pela presença de muitas pessoas na sua barca.





Resumo da obra:
A Obra
O primeiro a embarcar é um Fidalgo, que chega acompanhado de um Pajem, que leva a calda da roupa do Fidalgo e também uma cadeira, para seu encosto.
O Diabo mal viu o Fidalgo e já lhe falou para entrar em sua barca, pois ele iria levar mais almas e mostrar que era bom navegante. Antes disso, o companheiro do Diabo, começou a preparar a barca para que as almas dos que viessem, pudessem entrar.
Quando tudo estava pronto, o Fidalgo dirigiu a palavra ao Diabo, perguntando para onde aquela barca iria. O Diabo respondeu que iria para o Inferno, então o Fidalgo resolveu ser sarcástico e falou que as roupas do Diabo pareciam de uma mulher e que sua barca era horrível. O Diabo não gostou da provocação e disse que aquela barca com certeza era ideal para ele, devido a sua impertinência. O Fidalgo espantado, diz ao Diabo que tem quem reze por ele, mas acaba recebendo a notícia de que seu pai também havia embarcado rumo ao Inferno.
O Fidalgo tenta achar outra barca, que não siga ao Inferno, então resolve dirigir-se a barca do céu. Ele resolve perguntar ao Anjo, aonde sua barca iria e se ele poderia embarcar nela, mas é impedido de entrar, devido a sua tirania, pois o Anjo disse que aquela barca era muito pequena para ele, não teria espaço para o seu mau caráter.
O Diabo começa a fazer propaganda de sua barca, dizendo que ela era a ideal, a melhor. Assim, O Fidalgo desconsolado, resolve embarcar na barca para o Inferno. Mas antes, o Fidalgo queria tornar a ver sua amada, pois ele disse que ela se mataria por ele, mas o Diabo falou que a mulher na qual ele tanto ama, estava apenas enganando- o, que tudo que ela lhe escrevia era mentira. E assim, o Diabo insistia cada vez mais para que o Fidalgo esquecesse sua mulher e que embarcasse logo, pois ainda viria mais gente.
O Diabo manda o Pajem, que estava junto com o Fidalgo, ir embora, pois ainda não era sua hora. Logo a seguir, veio um agiota que questionou ao Diabo, para onde ele iria conduzir aquela barca. O Diabo querendo conduzi-lo a sua barca, perguntou por que ele tinha demorado tanto, e o Agiota afirmou que havia sido devido ao dinheiro que ele queria ganhar, mas que foi por causa dele que ele havia morrido e que não sobrou nem um pouco para pagar ao barqueiro.
O Agiota não quis entrar na barca do Diabo, então resolveu dirigir-se à barca do céu. Chegando até a barca divina, ele pergunta ao Anjo se ele poderia embarcar, mas o Anjo afirmou que por ele, o Agiota não entraria em sua barca, por ter roubado muito e por ser ganancioso. Então, negada a sua entrada na barca divina, o Agiota acaba entrando na barca do Inferno.
Mais uma alma se aproximou, desta vez era um Parvo, um homem tolo que perguntou se aquela barca era a barca dos tolos. O Diabo afirmou que era a barca dos tolos e que ele deveria entrar, mas o Parvo ficou reclamando que morreu na hora errada e o Diabo perguntou do que ele havia morrido, e o Parvo sendo muito sutil respondeu que havia sido de caganeira.
O Parvo ao saber aonde aquela barca iria, começou a insultar o Diabo e foi tentar embarcar na barca divina. O Anjo falou que se ele quisesse, poderia entrar, pois ele não havia feito nada de mal em sua vida, mas disse para esperar para ver se tinha mais alguém que merecia entrar na barca divina.
Vem um sapateiro com seu avental, carregando algumas fôrmas e chegando ao batel do inferno, chama o Diabo. Ele fica espantado com a maneira na qual o sapateiro vem carregado, cheio de pecados e de suas fôrmas.
O sapateiro tenta enrolar o Diabo, dizendo que ali ele não entraria pois, ele sempre se confessava, mas o Diabo joga toda a verdade na sua cara e o manda entrar logo em sua barca. O sapateiro tenta lhe dizer todas as feitorias que havia feito, na tentativa de conseguir entrar no batel do céu, mas o Anjo lhe diz que a "carga" que ele trazia não entraria em sua barca e que o batel do Inferno era perfeito para ele. Vendo que não conseguiu o que queria, o sapateiro se dirige à barca do Inferno e ordena que ela saia logo.
Chegou um Frade, junto de uma moça, carregando em uma mão um pequeno escudo e uma espada, na outra mão, um capacete debaixo do capuz. Começou a cantarolar uma música e a dançar.
Ele falou ao Diabo que era da corte, mas o próprio perguntou-lhe como ele sabia dançar o Tordião, já que era da corte. O Diabo perguntou se a moça que ele trazia era dele e se no convento não censuravam tal tipo de coisa. O Frade por sua vez diz que todo no convento são tão pecadores como ele e aproveitou para perguntar para onde aquela barca iria. 
Ao saber para onde iria, ficou inconformado e tenta entender porque ele teria que ir ao Inferno e não ao céu, já que era um frade. O Diabo lhe responde que foi devido ao seu comportamento durante a vida, por ter tido várias mulheres e por ter sido muito aventureiro. Assim, o Frade desafia o Diabo, mas este não faz nada e apenas observa o que o Frade faz.


·         Auto da Barca do Purgatório: As personagem apresentam uma uniformidade na condição social, todas são humildes. O destino delas são:
Na praia purgatória ficam:
Um lavrador de arado nas costas, explorado por todos cujo a fadiga e sacrifícios e salva da sua condenação;
Marta Gil, uma regateira, que praticou pequenas faltas;
Um pastor que, embora crente, cedeu às tentações;
Uma pastora menina, que também terá que expiar pequenas faltas.
Para o céu vai um menino de pouca idade que nem chegou a pecar.
Para o inferno vai um “taful” (jogador, trapaceiro e mentiroso), que no final da peça joga carta com o diabo.
·         Auto da Barca da Glória: nessa peça, personagens importantes são julgados, diferente da anterior que os personagens são humildes. Duque, Rei, Imperador, Bispo, Arcebispo, Cardeal e o Papa são conduzidos para a barca do inferno pelos seus pecados.

Abaixo estão alguns exercícios para testar os seus conhecimentos:
1.       (26 – 2009) Considere as afirmações abaixo sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil de Vicente.
I – Apenas o Fidalgo e o Sapateiro levam consigo objetos característicos de seu status social em vida.
II – Apenas o Parvo e os quatro Cavaleiros cruzados serão conduzidos pela Barca da Glória.
III – Ao contrário do Anjo vicentino, que é persuasivo e alegre, o Diabo vicentino é um personagem sisudo, de poucas e irônicas falas.
Quais estão corretas?
a)      Apenas I.
b)      Apenas III.
c)       Apenas I e II.
d)      Apenas II e III.
e)      Todas as alternativas.

2.       (31 – 2006) A cena do embarque do frade Babriel é uma das mais importantes do Auto da Barca do Inferno, de Gil de Vicente.
   Numere as seguintes ações de Babriel de acordo com a ordem em que elas ocorrem na referida cena.
(  ) O frade utiliza-se do hábito na tentativa de alcançar a salvação.
(  ) O frade, ao se encontrar com o Diabo, está acompanhado de Florença.
(  ) O frade dirige-se à Barca da Glória.
(  ) O frade é recebido pelo parvo Joane.
(  ) O frade, acompanhado da mulher, acolhe a sentença.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)      2 – 1 – 4 – 3 – 5.
b)      3 – 4 – 2 – 5 – 1.
c)       2 – 1 – 3 – 4 – 5.
d)      5 – 3 – 2 – 1 – 4.
e)      5 – 2 – 3 – 4 – 1.

3.       (31 – 2004) Considere as seguintes afirmações, relacionadas ao episódio do embarque do fidalgo, da obra Auto da Barca do inferno, de Gil de Vicente.
I – A acusação de tirania e presunção dirigida ao fidalgo configura uma critica não ao indivísuo, mas à classe a que pertence.
II – Gil Vicente critica as desigualdades sociais ao apontar o desprezo do fidalgo aos pequenos, aos desfavorecidos.
III – No momento em que o fidalgo pensa ser alvo por haver deixado, em terra, alguém orando por ele, evidencia-se a crítica vicentina à fé religiosa.
Quais estão corretas?
a)      Apenas I.
b)      Apenas I e II.
c)       Apenas I e III.
d)      Apenas II e III.
e)      I, II e III.


4.       (31 – 2002) Assinale a alternativa alternativa incorreta sobre a obra de Gil Vicente.

        a)      Gil Vicente tem suas raízes na Idade Média, mas volta-se para o Renascimento, aliando o humanismo religioso à atitude critica diante dos problemas sociais.
       b)      Variada na forma, a obra vicentina desvenda os costumes do século XVI, satirizando a sociedade feudal sem perder o caráter moralista e resguardando o sentido de intervenção social.
       c)       Embora critique o clero, a nobreza e seu séquito ocioso, o teatro vicentino faz a exaltação heróica dos reis, atitude comum na Idade Média.
      d)      Ao mesmo tempo que desenvolve a sátira social, a produção vicentina aponta para a necessidade de reforma da Igreja, devido aos abusos do clero.
       e)      Trabalhando com uma verdadeira galeria de tipos, Gil Vicente adapta o uso da linguagem coloquial ao estilo e à condição social de cada um deles.

5.       (01 – 2000) Em relação ao Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, considere as seguintes afirmações.

I.      Trata-se de um grande painel que satiriza a sociedade portuguesa do seu tempo.
II. Representa a transição da Idade Média para o Renascimento, guardando traços dos dois períodos.
III.  Sugere que o diabo, ao julgar justos e pecadores, tem poderes maiores que Deus.
Quais estão corretas?
a)      Apenas I.
b)      Apenas I e II.
c)       Apenas I e III.
d)      Apenas II e III.
e)      I, II e III.

Gabarito
1 – C
2 – C
3 – B
4 – C
5 – E







terça-feira, 9 de abril de 2013

Segundo tema de redação


 PROPOSTA DE REDAÇÃO

Leia com atenção os seguintes textos:
(O Globo. Megazine, 11/05/2004.)
“A crueldade do trabalho infantil é um pecado social grave em nosso País. A dignidade de milhões de crianças brasileiras está sendo roubada diante do desrespeito aos direitos humanos fundamentais que não lhes são reconhecidos: por culpa do poder público, quando não atua de forma prioritária e efetiva, e por culpa da família e da sociedade, quando se omitem diante do problema ou quando simplesmente o ignoram em decorrência da postura individualista que caracteriza os regimes sociais e políticos do capitalismo contemporâneo, sem pátria e sem conteúdo ético.”
(Xisto T. de Medeiros Neto. A crueldade do trabalho infantil.
Diário de Natal. 21/10/2000.)
“Submetidas aos constrangimentos da miséria e da falta de alternativas de integração social, as famílias optam por preservar a integridade moral dos filhos, incutindo-lhes valores, tais como a dignidade, a honestidade e a honra do trabalhador. Há um investimento no caráter moralizador e disciplinador do trabalho, como tentativa de evitar que os filhos se incorporem aos grupos de jovens marginais e delinqüentes, ameaça que parece estar cada vez mais próxima das portas das casas.
(Joel B. Marin. O trabalho infantil na agricultura moderna. www.proec.ufg.br.)
“Art. 4o. – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”
(Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.)
Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:
O trabalho infantil na realidade brasileira.
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

domingo, 7 de abril de 2013

Ortografia


ORTOGRAFIA
·         Alguns fonemas e algumas letras:
§  Letra x ou dígrafo ch:
Ø  Após um ditongo: ameixa, caixa, peixe, eixo, frouxo, trouxa, baixo, encaixar, paixão, rebaixar.
Exceção: recauchutar.
Ø  Após o grupo inicial em: enxada, enxerido, enxame, enxovalhado, enxugar, enxurrada.
Exceção: encher e seus derivados.
Ø  Após o grupo inicial me: mexer, mexerica, mexerico, mexilhão, mexicano.
Exceção: mecha.
Ø  Nas palavras de origem indígena e nas palavras inglesas aportuguesadas: xampu, xavante, xerife, xará, xingar.
Ø  Atente para a grafia de algumas palavras: bruxa, caxumba, laxante, rixa, xícara, puxar, praxe, faxina, lixo, relaxar, xale, roxo, xícara, arrocho, bochecha, brecha, cachimbo, fantoche, linchar, piche, chalé, chute, salsicha, pechincha, fachada, broche.
§  Letras g e j:
Usa-se a letra g:
Ø  Nos substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: agiotagem, coragem, ferrugem, vertigem, origem, fuligem, miragem, garagem, contagem, aragem, barragem.
Ø  Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, úgio: adágio, pedágio, contágio, estágio, colégio, litígio, prestígio, relógio, refúgio.
Ø  Preste atenção para a grafia das seguintes palavras: aborígene, agilidade, algema, bege, herege, monge, tangerina, tigela, vagem, higiene.
Usa-se a letra j:
Ø  Nas formas do verbo terminados em –jar: arranjar, viajar, despejar, enferrujar.
Ø  Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica: jê, jibóia, pajé, jirua, canjica, manjericão.
Ø  Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j: gorjear, gorjeta, cerejeira, laranjeira, lisonjear, lojista, rijeza, varejista.
Ø  Preste atenção ainda às seguintes palavras que se escrevem com j: berinjela, cafajeste, granja, hoje, jejum, jiló, majestade, objeção, objeto, projétil, rejeição, traje, trejeito.
§  Letras s e r:
Usa-se a letra s:
Ø  Nas palavras que derivam de outra em que já existe s: casa, liso, análise.
Ø  Nos sufixos:
- ês, esa (para indicação de nacionalidade, título origem): chinês, chinesa; marquês, marquesa; burguês, burguesa; calabrês, calabresa; duquesa, baronesa.
- ense, oso, osa (formadores de adjetivos): paraense, catarinense, amoroso, amorosa; deleitoso; gasoso, gasosa.
- isa: (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, sacerdotisa.
Ø  Após ditongos: lousa, coisa, causa, ausência, náusea.
Ø  Nas formas dos verbos pôr e querer: pus, pusesse; quisera, quisesse.
Ø  Atente para o uso da letra s nas seguintes palavras: abuso, asilo, atrás, através, brasa, decisão, extravasar, fusível, hesitar, maisena, obsessão, revisão, vaso.
Usa-se a letra z:
Ø  Nas palavras derivadas de outras em que já existe z:
- deslize;
- baliza;
- razão;
- raiz;
Ø  Nos sufixos:
- ez, eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos): rijo, rijeza; rígido, rigidez; nobre, nobreza; surdo, surdez; inválido, invalidez; sisudo, sisudez; macio, maciez.
- izar (formador de verbos) e ização (formador de substantivos): civilizar, civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; hospitalizar, hospitalização.
Ø  Observe o uso da letra z nas seguintes palavras: assaz, batizar (batismo), bissetriz, catequizar (catequese) coalizão, giz, prazeroso, talvez, vazar, vazio, verniz.
Ø  Muitas vezes o fonema z é representado pela letra x: exagero, exalar, exaltar, exato, exasperar, exausto, exemplo, executar, exonerar, êxito, exótico, exuberante.
Palavras que criam oposição de significado devido ao contraste gráfico
Ø  acender (iluminar); ascender (subir).
Ø  acento (sinal gráfico); assento (lugar para sentar).
Ø  caçar (perseguir); cassar (anular).
Ø  cegar (tornar cego); segar (ceifar, cortar para colher).
Ø  censo (recenseamento, contagem); senso (juízo).
Ø  cessão (ato de ceder); seção ou secção (repartição ou departamento; divisão) e sessão (encontro, reunião).
Ø  concerto (acordo, arranjo, harmonia musical); conserto (remendo, reparo).
Ø  espectador (o que presencia); expectador (o que está na expectativa).
Ø  esperto (ágil, rápido, vivaz); experto (conhecido, espacialista.
Ø  espiar (olhar, ver, espreitar); expiar (pagar uma culpa, sofrer castigo).
Ø  espirar (respirar); expirar (morrer).
Ø  incipiente (iniciante, principiante); insipiente (ignorante).
Ø  intenção ou tenção (propósito, finalidade); intensão ou tensão (intensidade, esforço).
Ø  paço (palácio); passo (passada).

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dúvidas para serem resolvidas

Boa tarde pessoal, estou colocando esta postagem para que vocês possam colocar as suas dúvidas ou questões do polígrafo ou outras para serem resolvidas.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Uso da Crase


Crase
É a fusão de duas vogais idênticas:
        a           +          a            ou  aquele(a), aquilo, a qual
preposição               artigo                   pronomes

Para saber se há ou não crase basta subsituir o termo feminino em questão por um termo masculino:

Conheço a professora – Conheço o professor (não há crase)
Refiro-me à professora – Refiro-me ao professor (a forma ao denúncia a crase)

Ou então substituir o verbo em questão por outro que exija outra preposição:

Irei a Porto Alegre (Vim de Porto Alegre; Moro em Porto Alegre)

 


Ø  A crase NÃO ocorre:
·         em palavras que não são precedidas por artigo feminino;
·         em palavras masculinas;
·         em expressões formadas por palavras repetidas. Ex.: dia a dia, passo a passo.

Ø  Antes dos pronomes possessivos femininos,  depois da preposição até e de nomes femininos próprios a crase é opcional:

Entreguei o presente a (ou à) minha irmã.
Viajei até a (ou à) Bahia.
Dei o recado a (ou à) Maria.

Ø  Não há crase antes de pronome demostrativo, indefinido, relativo e interrogativo, pois esses pronomes já servem de determinante:
         
          Não irei a esta reunião
          Entregue isto a qualquer pessoa..
          Chegaste a alguma conclusão?
          A que vaga estás concorrendo?

Ø  Palavras femininas no plural:

          Em sentido geral, usa-se apenas a preposição a:
A prova foi entregue a alunas.
         Em sentido específico, usa-se o artigo, ocorrendo a crase:
A prova foi entregue às alunas.

Ø  CASA E TERRA:

Quando casa é a residência de quem escreve, não há crase:
Cheguei a casa.
Quando NÃO é a residência de quem escreve, ocorre crase:
Cheguei à casa de meus pais.
Quando terra está oposta a ideia de "estar embarcado", não há crase:
A tripulação desceu a terra.
Nos demais casos ocorre crase.
Eu cheguei à terra natal.

Ø  Pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo.

Depende apenas da ocorrência de preposição; se o verbo for TD não há crase, se for TI e exgir a preposição a, há crase:

Eu olhava aquela árvore. / Respondi àquela pergunta.

Ø  Pronomes relativos a qual, as quais.

Depende também da transitividade do verbo; se for VTI e exigir a preposição a, ocorre crase.
Pode-se também detectar a crase com a substituição do termo regido por um termo masculino; caso apareça a forma ao, crase.

A praça à qual me refiro fica aqui perto.
O parque ao qual me refiro fica aqui perto.

Ø  Expressões à (moda/ maneira de):

            Escreve à (moda de) Machado de Assis, com ironia e elegância.

Ø  Afora esses casos, a crase é usado em expressões com palavras femininas, incluindo-se aí indicações de horas específicas:

às avessas, à esquerda, à noite, à toa, às vezes, à exceção de, à meia-noite, à uma hora
           
            Não confundir com indicações não específicas: Irei daqui a duas horas.