1
Desde épocas remotas, a
interação da sociedade com a natureza gera impactos diversificados, que transformam
a complexidade do ambiente natural. A evolução progressiva do homem como ser
social mostra que, quanto mais ele evolui tecnicamente, mais interfere na
dinâmica da natureza.
ROSS, J. L. S. A sociedade
industrial e o ambiente. In: ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2005
(adaptado).
A partir da relação
apresentada entre a sociedade e a natureza, é possível identificar uma causa e
uma consequência da interferência humana no ambiente natural, a saber:
A A extração de
matérias-primas para setores como o siderúrgico, o que tende a promover
degradação de certos ecossistemas.
B A redução dos níveis de
investimento do agronegócio, o que resulta diretamente na diminuição de
espécies nativas.
C A extração de recursos
naturais, gerando uma aproximação entre os ambientes naturais e humanizados.
D A interrupção dos
incentivos públicos à indústria do turismo, o que implica a ampliação do
equilíbrio ecológico.
E O aumento da
produtividade agrícola, contribuindo para uma menor diversificação da fauna e
da flora.
2
A problemática ambiental
surgiu nas últimas décadas do século XX como uma crise de civilização,
questionando a racionalidade econômica e tecnológica dominantes. Com isso,
novas organizações da sociedade civil despontaram, interessadas em um
alternativo de relação sociedade e natureza.
MIGUEL, K. G. A expressão dos
movimentos ambientais na atualidade: mídia, diversidade e igualdade. Disponível em:
http://www.intercom.org.br. Acesso em: 22 set. 2010.
Os movimentos sociais, em
especial o movimento ambientalista,
têm participado de forma decisiva na mudança de postura por parte das grandes empresas, principalmente no que diz
respeito
A ao sistema produtivo, que
considera os custos ambientais, já que muitos recursos são retirados da
natureza e apresentam um meio adequado de reposição.
B à observação dos direitos
civis, que são conquistas do poder público e resultam na observação de toda a
legislação ambiental existente nos países.
C à diminuição da poluição
emitida, porque essas empresas detêm grande parte da riqueza e tecnologia e
utilizam cada vez menos recursos naturais.
D ao final da produção,
quando os dejetos são devolvidos ao meio ambiente após a verificação dos
efeitos negativos que poderiam causar ao longo do tempo.
E à adoção de medidas
sustentáveis, a fim de que essas empresas atuem com responsabilidade nos locais
em que estão instaladas.
3
Planejada ainda na Ditadura,
a hidrelétrica de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo, virou um
retrato do dilema a respeito do futuro do Brasil. Para crescer, gerar empregos
e reduzir a alarmante desigualdade social, o país precisará de energia em
abundância. O que vozes respeitadas perguntam, porém, é se uma grande usina no
meio da Amazônia é a melhor saída.
SIQUEIRA, A. Carta Capital. Ano XV, nº 593, 2010
(adaptado).
Os impactos decorrentes
da construção da hidrelétrica de Belo Monte sobre os diversos atores que vivem
na região onde se pretende construí-la estão relacionados com
A a promoção do
desenvolvimento das atividades tradicionais possibilitada pela disponibilidade
de energia.
B a ampliação das
oportunidades de emprego, que absorve as populações que são prejudicadas por
sua construção.
C os riscos de deterioração
das atividades tradicionais, causados pelas transformações no território.
D os prejuízos econômicos,
que serão superados pelos benefícios trazidos para a população local.
E as transformações
sociais, que são necessárias em qualquer processo de desenvolvimento.
4
Os impactos positivos da
biotecnologia na agricultura envolvem o aprimoramento das práticas de cultivo,
a redução da quantidade e melhoria na qualidade dos produtos agrícolas e o
aumento da renda dos produtores.
Disponível em:
www.cib.org.br. Acesso em: 26 jul.2011 (adaptado).
Um argumento que mostra
uma desvantagem da utilização da biotecnologia para a sociedade, de modo geral,
é
A a criação de produtos com
propriedades nutritivas diferenciadas.
B o desenvolvimento de
novas variedades de um determinado produto agrícola.
C a maior resistência das
plantas geneticamente modificadas ao ataque de insetos.
D o desconhecimento acerca
de seus possíveis efeitos sobre a saúde humana.
E a criação ou adaptação de
culturas em solos e climas diferentes daqueles originais.
5
As relações sociais,
produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica
é seu “estágio superior” ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma
determinada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos
saberes daqueles que participam do processo de trabalho.
Nesse sentido, foi no
sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como
instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito
principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar
esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das
Fábricas.
São
Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).
Mais do que trocar
ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de
fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim,
A a desestruturação de
atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade
Média.
B a divisão e a hierarquização
do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do seu
produto final.
C o movimento dos
trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de
postos de trabalho nas fábricas.
D a organização de grupos
familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam
comercializadas.
E a associação da figura do
trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho
e a inserção no processo fabril.
6
Vivemos nessa era interligada
em que pessoas de todo o planeta participam de uma única ordem informacional
das comunicações modernas. Graças à globalização e ao poder da internet, quem
estiver em Caracas ou no Cairo conseguirá receber as mesmas músicas populares,
notícias, filmes e programas de televisão.
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed,
2005 (fragmento).
O texto faz referência à
revolução informacional, que vem produzindo uma série de alterações no
cotidiano dos indivíduos. Nessa perspectiva, a vida social das pessoas está
sofrendo grandes alterações devidas
A à diminuição na interação
social entre os indivíduos mais informatizados.
B à velocidade com que as
informações são disponibilizadas em todo o mundo.
C ao baixo fluxo de
informações disponibilizadas pelos meios convencionais de comunicação.
D à maior disponibilidade
de tempo para atividades relacionadas ao lazer.
E ao aumento nos níveis de
desemprego entre os mais jovens.
7
Há 500 anos, desde a
chegada do colonizador português, começaram as lutas contra o cativeiro e
consequentemente contra o cativeiro da terra, contra a expulsão, que marcam as
lutas dos trabalhadores. Das lutas dos povos indígenas, dos escravos e dos
trabalhadores livres e, desde o final do século passado, dos imigrantes,
desenvolveram-se as lutas camponesas pela terra.
FERNANDES, B. M. Brasil:
500 anos de luta pela terra. Revista de Cultura Vozes. Nº 2, 1999 (adaptado).
Os processos sociais e
econômicos que deram origem e conformaram a identidade do Movimento dos
Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) têm em suas raízes mudanças relacionadas
A à distribuição de terras
expropriadas dos grupos multinacionais e partilhadas entre os trabalhadores
rurais.
B à política neoliberal,
que proporcionou investimentos no campo e reduziu os conflitos fundiários.
C à migração de
trabalhadores rurais brasileiros para o Paraguai, com o objetivo de cultivar
soja.
D ao crescimento da luta
pela terra e da implantação de assentamentos.
E à luta pelo acesso e
permanência na terra, que passou da esfera nacional para a local.
8
A exploração de recursos
naturais e a ocupação do território brasileiro têm uma longa história de
degradação de áreas naturais. É resultado, entre outros fatores, da ausência de
uma cultura de ocupação que respeitasse as características de seus biomas.
Disponível em:
http://www.comciencia.br. Acesso em: 19 abr. 2010 (fragmento).
Ao longo da história, a
apropriação da natureza e de seus recursos pelas sociedades humanas alterou os
biomas do planeta. Em relação aos biomas brasileiros, em qual deles esse tipo
de processo se fez sentir de forma mais profunda e irreversível?
A Na Floresta Amazônica,
especialmente a partir da década de 1980, devastada pela construção de rodovias
e expansão urbana.
B No Cerrado, que abriga
muitas espécies de árvores sob risco de extinção, atingido pela mineração e
agricultura.
C No Pantanal, que abrange
parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, degradado pela mineração
e pecuária.
D Na Mata Atlântica, que
hoje abriga 7% da área original, devastada pela exploração da madeira e pelo
crescimento urbano.
E Na Mata dos Cocais,
localizada no Nordeste do país, desmatada pelo assoreamento e pelo cultivo da
cana-de-açúcar.
9
A Mata Atlântica perdeu
31 195 hectares de sua cobertura vegetal. Segundo o levantamento, os dados
apontam uma redução de 55% na taxa média anual de desmatamento, comparando com
o período anterior analisado, o triênio 2005 a 2008. Essa diminuição pode ser
explicada pelo avanço da legislação e também pelo trabalho dos órgãos de
fiscalização.
VIALLI, A. O Estado de São Paulo, 27 maio 2011.
Dada a sua grande
extensão, é difícil e caro fiscalizar o bioma em questão, no entanto, uma forma
de vigilância eficiente e que vem sendo utilizada no Brasil para esse fim é:
A O aperfeiçoamento
profissional dos fiscais, já que a modernização da sua atuação diminui o
desmatamento.
B A implantação de Reservas
de Preservação, que tornam as áreas intocáveis e, assim, isentas de degradação.
C A formação de Reservas de
Conservação, cujos proprietários, extrativistas, impedem o desmatamento.
D A constituição de
reservas indígenas, já que as terras passam a ser propriedade dos índios.
E O uso de equipamentos de
sensoriamento remoto, por meio de imagens de satélites.
10
Enchente no Rio está
entre as mais fatais dos
últimos 12 meses no
mundo
As enchentes no Rio de
Janeiro esta semana já causaram mais mortes do que qualquer outro incidente
semelhante em 2010 em qualquer parte do mundo. Nos últimos 12 meses, a
inundação no Rio foi a quinta mais fatal do mundo.
Disponível em:
http://www.bbcbrasil.com. Acesso em: 16 abr. 2010.
Além do grande volume de
chuva, um fator de ordem socioespacial que provoca a ocorrência de eventos como
o citado no trecho da reportagem é
A a coleta seletiva de
resíduos urbanos.
B a reconstituição de áreas
de várzea degradadas.
C a dragagem de rios,
canais e lagoas assoreados.
D a impermeabilização dos
solos das grandes cidades.
E o ordenamento urbano, com
a construção de condomínios populares.
11
A memória não é um
simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa
existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está
invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que confere
sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer
parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo).
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995
(fragmento).
Com base no texto, qual é
o significado da memória?
A É a prospecção e retenção
de lembranças e recordações.
B É a perda de nossa
relação com o presente, preservando o passado.
C É a capacidade mais
alargada para lembrar e recordar fatos passados.
D É o esforço de apagar o
passado e inaugurar o presente.
E É o potencial de evocar o
passado apontando para o futuro.
12
Os mapas árabes ainda
desenhavam o sul em cima e o norte embaixo, mas no século XIII a Europa já
havia restabelecido a ordem natural do universo. O norte estava em cima e o sul
embaixo. O mundo era um corpo, ao norte estava o rosto, limpo, que olhava o
céu. Ao sul estavam as partes baixas, sujas, onde iam parar as imundícies e os
seres escuros que eram a imagem invertida dos luminosos habitantes do norte.
GALEANO, E. Espelhos: Sul. Porto Alegre: L
&PM, 2008 (adaptado).
A confecção de um mapa
pode significar uma leitura ideológica do espaço. Assim, a Projeção de
Mercator, muito utilizada para a visualização dos continentes, caracteriza-se
por
A apresentar um hemisfério
terrestre envolvido por um cone. As deformações aumentam na direção da base do
cone.
B partir de um plano
tangente sobre a esfera terrestre. Seus paralelos e meridianos são projetados a
partir do centro do plano.
C conservar as formas, mas
distorcer as superfícies das massas continentais. Seus paralelos e meridianos
formam ângulos retos.
D alterar a forma dos
continentes, preservando a área. Seus paralelos e meridianos formam ângulos
retos.
E representar as formas e
as superfícies dos continentes proporcionais à realidade. As linhas de
meridianos acompanham a curvatura da terra.
13
O despotismo é o governo
em que o chefe do Estado executa arbitrariamente as leis que ele dá a si mesmo
e em que substitui a vontade pública por sua vontade particular.
KANT, I. Despotismo. In: JAPIASSÚ, H.; MARCONDES,
D. Dicionário
básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
O conceito de despotismo
elaborado pelo filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na interpretação do
contexto político brasileiro posterior ao AI-5, porque descreve
A o autoritarismo nas
relações de poder.
B as relações democráticas
de poder.
C a usurpação do poder pelo
povo.
D a sociedade sem classes
sociais.
E a divisão dos poderes de
Estado.
14
A cada 80 dias, 20 mil
gravatas chegam a uma lojinha do Brás, bairro comercial de São Paulo. É o fim
de uma viagem e tanto para elas ― navegam por um mês desde Shengzhou, uma
cidade no leste chinês. Mas a parada no Brás não deve demorar. Pelo menos se
depender de Márcio, o dono da loja. Ele costuma vender todo o estoque até a
chegada da carga seguinte. Márcio não conhece muito de Shengzhou, mas sabe de
algo importante: “Lá estão as gravatas mais baratas do mundo. Na Índia, são 15%
mais caras. Na Europa, 300%”.
Superinteressante. Nº 271, nov. 2009.
A coesão é uma estratégia
espacial adotada pelas indústrias para reduzir o custo de comercialização. No
caso chinês, a interação socioespacial ocorre com diversas partes do mundo,
inclusive com São Paulo. De acordo com as informações da reportagem, é possível
identificar essa coesão na
A diminuição do custo da
mão de obra intelectualizada.
B redução das redes de
telecomunicações mundiais.
C distribuição global da
montagem do produto.
D ampliação das distâncias
continentais.
E especialização produtiva
da indústria local.
15
“As tendências da moda,
literatura, música, cinema, esportes, política, vida familiar refletem a
mentalidade de uma época. E os mercados de ações registram, da mesma forma,
essa mentalidade prevalecente. Os preços das ações são o melhor indicador do
grau de otimismo, da disposição, da psicologia das multidões,” afirma Robert
Prechter, em Cultura
Popular e o Mercado de
Ações (1985).
Época. Ed. 549, 24 nov. 2008.
O texto mostra como as
práticas sociais estão relacionadas com os valores predominantes em uma determinada
época, em que os fatores influenciadores são ações
A econômicas isoladas.
B sociais interativas.
C psicológicas individuais.
D intuitivas herdadas.
E culturais locais.
16
Subjaz na propaganda
tanto política quanto comercial a ideia de que as massas podem ser
conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda
tem um traço de coerção. Nesse sentido, a filósofa Hanna Arendt diz que “não
apenas a propaganda política, mas toda a moderna publicidade de massa contém um
elemento de coerção”.
AGUIAR, O. A. Veracidade e
propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos
de Ética e Filosofia Política 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).
À luz do texto, qual a
implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea?
A O fortalecimento da
sociedade civil.
B A transparência política
das ações do Estado.
C A dissociação entre os
domínios retóricos e a política.
D O combate às práticas de
distorção de informações.
E O declínio do debate
político na esfera pública.
17
Em uma das reuniões do
GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) na rua Major Sertório, no centro de São
Paulo, mais de 80 jovens ocupam uma sala. Sentados em cadeiras, sofás ou em
almofadas no chão, conversam, esclarecem dúvidas e falam sobre as dificuldades e
prazeres típicos desta fase da vida. No final, participam de uma
confraternização com lanche e música. O que os une nesta tarde de domingo não é
política ou religião, mas a orientação sexual: eles são LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais) ou querem conhecer pessoas que sejam, por conta de dúvidas quanto
à própria sexualidade.
FUHRMANN, L. Mães e
filhos: um grupo em São Paulo ajuda familiares a lidar com a homossexualidade
de jovens e adolescentes. Carta Capital. Nº 589, São Paulo: Confiança, mar. 2010.
Tendo em conta as formas
de incompreensão e intolerância que ainda marcam certas visões sobre o tema da
diversidade sexual, o que embasa a criação de movimentos sociais como o GPH e
de outros grupos LGBT com o mesmo perfil?
A A liberalidade frequente
dos pais de homossexuais.
B As normas legais que
amparam os homossexuais.
C A participação
político-partidária dos grupos LGBT.
D A necessidade de superar
o medo e a discriminação.
E As tentativas de atrair
os consumidores gays.
18
A Unesco define como
Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos
e técnicas ― junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais
que lhes são associados ― que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de
bens registrados como Patrimônio Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no
Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo
no Sudeste, entre outros.
Disponível em:
http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
É bastante recente no Brasil
o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu Patrimônio
Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro
é
A reconhecer o valor da
cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
B recuperar as
características originais das manifestações culturais dos povos nativos do
Brasil.
C promover o respeito à
diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
D possibilitar a absorção
das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
E inserir as manifestações
populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus produtores.
19
Texto I
Texto II
Em sentido antropológico,
não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas, no plural, pois a lei,
os valores, as crenças, as práticas, as instituições variam de formação social
para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal e
histórica, passa por transformações culturais amplas.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995
(fragmento).
A concepção que perpassa
a imagem e o texto parte da premissa de que o respeito à diversidade cultural
significa
A exaltar os elementos de
uma cultura.
B proteger as minorias
culturais.
C estimular as religiões
monoteístas.
D incentivar a divisão de
classes.
E promover a aceitação do
outro.
20
A confusão era grande e
ficou ainda maior depois do discurso do presidente norte-americano Barack Obama
em defesa da guerra, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 2009. Como liberal,
Obama poderia ter utilizado os argumentos do filósofo alemão Immanuel
Kant (1724-1804), que
também defendeu, na sua época, a legitimidade das guerras como meio de difusão
da civilização européia.
FIORI, J. L. A moral
internacional e o poder. Revista CULT. Nº 145. São Paulo: Bregantini, abr. 2010.
O argumento utilizado por
Barack Obama ao defender a guerra em nome da paz constitui um tipo de
raciocínio
A indutivo.
B dedutivo.
C paradoxal.
D metafórico.
E analógico.
21
O processo de
modernização da agricultura brasileira que vem se processando nas últimas
décadas tem causado grandes transformações no campo. A principal delas é a
privatização de grandes parcelas de terras, fato que não é recente na história
brasileira.
RIBEIRO, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos.
Araraquara: Wunderlich, 2001 (fragmento).
Embora esteja associado à
ampliação do PIB e ao aumento das exportações, o processo de modernização da
agricultura vivido pelo Brasil nas últimas décadas contribuiu para a exclusão
social no campo, porque
A ampliou os salários e a
concorrência pelas vagas de trabalho no agronegócio.
B revelou a inadaptação dos
trabalhadores rurais à modernidade capitalista.
C contribuiu para a
especulação fundiária e o êxodo de trabalhadores rurais.
D impediu a participação
dos pequenos agricultores no mercado de exportações.
E significou uma expressiva
diminuição da infraestrutura produtiva nas cidades do interior.
22
Texto I
A bandeira no estádio é
um estandarte/A flâmula pendurada na parede do quarto/ O distintivo na camisa
do uniforme/ Que coisa linda é uma partida de futebol/ Posso morrer pelo meu
time/ Se ele perder, que dor, imenso crime/ Posso chorar se ele não ganhar/ Mas
se ele ganha, não adianta/ Não há garganta que não pare de berrar/ A chuteira
veste o pé descalço/ O tapete da realeza é verde/ Olhando para a bola eu vejo o
sol/ Está rolando agora, é uma partida de futebol
SKANK. Uma partida de
futebol.
Disponível em: www.letras.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010
(fragmento).
Texto II
O “gostar de futebol” no
Brasil existe fora das consciências individuais dos brasileiros. O gosto ou a paixão
por um determinado esporte não existe naturalmente em nosso “sangue”, como
supõe o senso comum. Ele existe na coletividade, em nosso meio social, que nos
transmite esse sentimento da mesma forma que a escola nos ensina a ler e a
escrever.
HELAL, R. O que é Sociologia do
Esporte? São
Paulo: Brasiliense, 1990.
Chamado de ópio do povo
por uns, paixão nacional por outros, o futebol, além de esporte mais praticado
no Brasil, pode ser considerado fato social, culturalmente apreendido, seja por
seus praticantes, seja pelos torcedores. Nesse sentido, as fontes acima
apresentam ideias semelhantes, pois o
A futebol aparece como
elemento integrante da cultura brasileira.
B lazer aparece em ambos
como a principal função social do futebol.
C “tapete verde” e a “bola–sol”
são metáforas do nacionalismo.
D esporte é visto como
instrumento de divulgação de valores sociais.
E futebol é visto como um
instante de supressão da desigualdade social.
23
Hoje, o Brasil produz
cerca de 16 bilhões de litros de álcool por ano, em quase 3 milhões de
hectares, o suficiente para atender a 40% da frota de veículos nacionais. Para
substituir completamente a gasolina, essa produção teria mais que dobrar. De
acordo com a Embrapa, há espaço para isso: cerca de 90 milhões de hectares disponíveis
para a expansão da agricultura.
GIRARDI, G. O país do
etanol. Revista
Horizonte Geográfico. Nº 112, 2010.
O Brasil apresenta grande
potencialidade para a produção de biocombustíveis, visto que
A estimula a produção do
etanol a partir do milho, que se apresenta como alternativa de fonte renovável
de maior rentabilidade.
B desenvolve nas áreas
agricultáveis de grande porte o cultivo da cana-de-açúcar amparado por técnicas
e tecnologias tradicionais.
C disponibiliza, na maior
parte das áreas agricultáveis de cana, novos recursos tecnológicos
substitutivos de técnicas antigas e poluidoras.
D promove a exploração de
energias renováveis de segunda geração, já que garantem produtividade similar
ao do álcool.
E oferece a combinação de
solo, clima e fontes renováveis capazes de favorecer uma cadeia de produção com
potencial de abastecer o mercado.
24
Uma família partiu de
Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de janeiro de 2010, portanto, dentro do
período de vigência do horário de verão, com destino a Belém (PA).
Apesar da distância, a
viagem será feita de automóvel e terá duração de 56 horas. Qual o dia e a hora
de chegada dessa família à capital paraense?
A Dia 2 de janeiro de 2010,
às 15h.
B Dia 3 de janeiro de 2010,
às 15h.
C Dia 2 de janeiro de 2010,
às 16h.
D Dia 3 de janeiro de 2010,
às 16h.
E Dia 3 de janeiro de 2010,
às 17h.
25
A aceleração da taxa de
extinção de espécies é um grave e irreversível problema global causado pelos
danos às reservas florestais. As previsões das taxas de extinção variam enormemente
e, segundo alguns autores, poderão variar entre 20% e 50% de todas as espécies
existentes até o final do século, essencialmente, pela destruição do hábitat
nos trópicos.
As Reservas Florestais
pedem Socorro. Revista Geografia. Ed. 30, abr. 2010 (adaptado).
As taxas atuais de
extinção nos países desenvolvidos são baixas em comparação com as das florestas
tropicais e isso se deve à
A exploração sustentável da
enorme diversidade natural existente nesses países.
B introdução de modernas
tecnologias capazes de conter o avanço do desmatamento.
C degradação já causada
anteriormente por pressões advindas do processo de industrialização.
D conservação de
superfícies significativas de ecossistemas pouco alterados pela ação antrópica.
E incorporação dos recursos
florestais à riqueza nacional desses países, favorecendo o extrativismo.
26
Os dados do recenseamento
geral do Brasil de 1991 parecem confirmar a tendência ao movimento que, nos
anos de 1970, já se vinha registrando, com o aumento do número de cidades
médias. Os municípios com população entre 200 mil e 500 mil habitantes passam
de 33 para 85, em 1991.
Santos, M. A Urbanização
Brasileira.
São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O aumento do número de
cidades médias, retratado pelo autor Milton Santos, ainda persiste nos dias
atuais no território brasileiro. Uma justificativa para este fato seria:
A A chegada de
multinacionais na região amazônica com a criação da Zona Franca de Manaus, no
início dos anos de 1970.
B O processo de criação de
novas cidades planejadas no interior do país, baseadas em uma economia
extrativista mineral.
C A expansão do agronegócio
nas regiões litorâneas do país, como no caso da cana-de-açúcar e do cacau no
litoral nordestino.
D O processo de
desconcentração das atividades econômicas como a indústria e a agricultura
intensiva para áreas do interior do país.
E A desconcentração das
atividades industriais e agropecuárias, que se concentravam na porção central
do país e hoje atingem áreas litorâneas.
27
As modificações naturais
e artificiais na cobertura vegetal das bacias hidrográficas influenciam o seu
comportamento hidrológico. A alteração da superfície da bacia tem impactos
significativos sobre o escoamento. Esse impacto normalmente é caracterizado
quanto ao efeito que provoca no comportamento das enchentes, nas vazões mínimas
e na vazão média.
TUCCI, C.E.M.; CLARKE,
R.T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: erosão. Revista Brasileira de
Recursos Hídricos. V. 2, n°. 1 jan./jun. 1997 (fragmento).
Ao analisar três rios com
coberturas vegetais distintas ― agrícola, floresta regenerada e floresta
natural ― de uma mesma bacia hidrográfica, após uma mesma precipitação,
conclui-se que a vegetação é fundamental no comportamento da vazão dos rios,
uma vez que a
A cobertura mais densa no
ambiente agrícola proporciona o menor pico de vazão.
B cobertura mais espaçada
na floresta natural ocasiona o maior pico de vazão.
C floresta regenerada, por
possuir mais densidade de biomassa, possui o menor pico de vazão.
D vegetação agrícola
proporciona o mais demorado e o segundo maior pico de vazão.
E vegetação de floresta
natural possui o menor pico de vazão.
28
“Não à liberdade para os
inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à
tolerância para os intolerantes.
Héritier, F. O eu, o outro
e a tolerância. In: Héritier, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética para
quantos? São
Paulo: Edusc, 1999 (fragmento).
A contemporaneidade
abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação
sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto,
qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da
sociedade contemporânea?
A Revisar as leis e o
sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
B Propor modelos de conduta
fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
C Criar novas leis éticas
com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
D Instaurar um programa de
reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
E Instituir princípios
éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.
29
A questão agrária e as
lutas de hoje pela terra são herdeiras de processos transcorridos nas décadas
de 1940 a 1960. Contudo, se no contexto anterior a questão agrária tinha em sua
base o arcaísmo do mundo rural, hoje ela é resultante dos processos de
modernização da agricultura.
GRYNSZPAN, M. Tempo de
Plantar, tempo de colher. In: Nossa História. Ano 1, nº 9, São Paulo: Vera Cruz, jul. 2004 (adaptado).
A modernização da
agricultura no Brasil aprofundou as causas da luta pela terra a partir dos anos
1970, pois
A piorou as relações de
trabalho no campo, mas conteve o êxodo rural.
B elevou a produtividade
agrícola, mas intensificou a concentração fundiária.
C introduziu novas máquinas
na agricultura, mas não criou condições para o escoamento da produção.
D aumentou a
competitividade da agricultura, mas a desvinculou dos produtos primários.
E implementou relações
capitalistas no campo, mas impediu a sindicalização dos trabalhadores rurais.
30
Parece-me bastante
significativo que a questão muito discutida sobre se o homem deve ser
“ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem
nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferramentas. E a
razão disto é que todas as ferramentas da manufatura permanecem a serviço da
mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva,
ajuste o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico delas.
ARENDT, H. Trabalho, Obra
e Ação. In: Cadernos de Ética e
Filosofia Política 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento).
Com base no texto, as
principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são
A o adestramento do corpo e
a perda da autonomia do trabalhador.
B a reformulação dos modos
de produção e o engajamento político do trabalhador.
C o aperfeiçoamento da
produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.
D a flexibilização do
controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador.
E o abandono da produção
manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina.
31
Atualmente, a noção de
que o bandido não está protegido pela lei tende a ser aceita pelo senso comum.
Urge mobilizar todas as forças da sociedade para reverter essa noção letal para
o Estado Democrático de Direito, pois, como dizia o grande Rui Barbosa, “A lei
que não protege o meu inimigo, não me serve”.
SAMPAIO, P. A. Todas as
pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. In.: Os Direitos Humanos
desafiando o século XXI. Brasília: OAB; Conselho Federal; Comissão Nacional de Direitos
Humanos, 2010.
No texto, o autor
estabelece uma relação entre democracia e direito que remete a um dos mais
valiosos princípios da Revolução Francesa: a lei deve sr igual para todos. A
inobservância desse princípio é uma ameaça à democracia, porque
A resulta em uma situação
em que algumas pessoas possuem mais direitos do que outras.
B diminui o poder de
contestação dos movimentos sociais organizados.
C favorece a impunidade e a
corrupção por meio dos privilégios de nascimento.
D consagra a ideia de que
as diferenças devem se basear na capacidade de cada um.
E restringe o direito de
voto a apenas uma parcela da sociedade civil.
32
A atuação do Judiciário
deve ser avaliada mais por seu aspecto geral, pois sua missão-mor transcende os
processos vistos isoladamente. Sua tarefa é produzir uma ordem estável que
paire sobre a sociedade. Independentemente da matéria-prima que tenha em mãos,
o Judiciário deve produzir uma ordem que permita à sociedade, com suas
diferenças e paradoxos, viver e se desenvolver de modo seguro. Por esse prisma,
decisões questionáveis quando vistas isoladamente se justificam quando olhadas
sistemicamente, pois foram proferidas tendo em vista a importância que trariam
para a construção da ordem.
VILELA, H. O. T. O
ativismo judicial e o jogo dos três poderes. Valor Econômico. 14 jun. 2011 (adaptado).
Considerando que a
sociedade é uma estrutura complexa, com interesses contraditórios, segundo o
texto, as decisões do Poder Judiciário
A são inquestionáveis.
B devem ser infalíveis e
imparciais.
C interferem na organização
da sociedade.
D eliminam as contradições
e as diferenças.
E constroem a ponte entre
os demais poderes.
GABARITO
1 - A
2 - E
3 - C
4 - D
5 - B
6 - B
7 - D
8 - D
9 - E
10 - D
11 - E
12 - C
13 - A
14 - E
15 - B
16 - E
17 - D
18 - C
19 - E
20 - C
21 - C
22 - A
23 - E
24 - B
25 - C
26 - D
27 - E
28 - B
29 - B
30 - A
31 - A
32 - C
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