1
Podeis interrogar, talvez: quais são as aspirações das massas
obreiras, quais os seus interesses? E eu vos responderei: ordem e trabalho! Em
primeiro lugar, a ordem, porque na desordem nada se constrói; porque num país
como o nosso, onde há tanto trabalho a realizar, onde há tantas iniciativas a
adotar, onde há tantas possibilidades a desenvolver, só a ordem assegura a
confiança e a estabilidade. O trabalho só se pode desenvolver em ambiente de
ordem.
Discurso de Getúlio Vargas, pronunciado no Palácio da
Guanabara, no dia do Trabalho (1º de Maio, 1938). BONAVIDES, P.; AMARAL, R.
Textos políticos da História do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002
(adaptado).
O discurso de Getúlio Vargas, proferido durante o Estado
Novo, envolve uma estratégia política na qual se evidencia
A o estímulo à ação popular, que poderia tomar para si o
poder político.
B o disfarce das posições socialistas como anseios populares.
C a dissimulação do nazifascismo, para sua aceitação pela
elite política.
D o debate sobre as políticas do Estado, objetivando o
consenso entre os partidos.
E a apresentação do projeto político do governo como uma
demanda popular.
2
Após as três primeiras décadas, marcadas pelo esforço de
garantir a posse da nova terra, a colonização começou a tomar forma. A política
da metrópole portuguesa consistirá no incentivo à empresa comercial com base em
uns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentada na grande
propriedade. Essa diretriz deveria atender aos interesses de acumulação de
riqueza na metrópole lusa, em mãos dos grandes comerciantes, da Coroa e de seus
afilhados
FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2002
(adaptado).
Para concretizar as aspirações expansionistas e mercantis
estabelecidas pela Coroa Portuguesa para a América, a estratégia lusa se
constituiu em
A disseminar o modelo de colonização já utilizado com sucesso
pela Grã-Bretanha nas suas treze colônias na América do Norte.
B apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e
no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo povoamento.
C intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de
forçar a penetração do homem branco no interior do continente.
D acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos
familiarizadas ao trabalho agrícola de culturas tropicais.
E desestimular a escravização do indígena e incentivar sua
integração na sociedade colonial por meio da atividade comercial.
3
Como tratar com os índios A experiência de trezentos anos tem
feito ver que a aspereza é um meio errado para domesticar os índios; parece,
pois, que brandura e afago são os meios que nos restam. Perdoar-lhes alguns
excessos, de que sem dúvida seria causa a sua barbaridade e longo hábito com a
falta de leis. Os habitantes da América são menos sanguinários do que os negros
d’África, mais mansos, tratáveis e hospitais.
VILHENA, L. S. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã,
1969 (adaptado).
O escritor português Luís Vilhena escreve, no século XVIII,
sobre um tema recorrente para os homens da sua época. Seu posicionamento emerge
de um contexto em que
A o índio, pela sua condição de ingenuidade, representava uma
possibilidade de mão de obra nas indústrias.
B a abolição da escravatura abriu uma lacuna na cadeia
produtiva, exigindo, dessa forma, o trabalho do nativo.
C o nativo indígena, estereotipado como um papel em branco,
deveria adequar-se ao mundo do trabalho compulsório.
D a escravidão do indígena apresentou-se como alternativa de
mão de obra assalariada para a lavoura açucareira.
E a escravidão do negro passa a ser substituída pela
indígena, sob a alegação de os primeiros serem selvagens.
4
Poucos países têm uma história eleitoral tão rica quanto a do
Brasil. Durante o período colonial, a população das vilas e cidades elegia os
representantes dos Conselhos Municipais. As primeiras eleições gerais para
escolha dos representantes à Corte de Lisboa ocorreram em 1821. Desde 1824,
quando aconteceu a primeira eleição pós-independência, foram eleitas 52
legislaturas para a Câmara dos Deputados. E, somente durante o Estado Novo
(1937-1945), as eleições para a Câmara foram suspensas.
NICOLAU, J. História do voto no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2004 (adaptado).
Embora o Brasil tenha um longo histórico de eleições para o
Poder Legislativo, em diversas oportunidades os pleitos ocorreram com sérias
restrições ao pleno exercício da cidadania. Um período da história brasileira
com eleições legislativas e uma restrição à cidadania política estão elencados,
respectivamente, em:
A I Reinado (1822-1831) – exclusão dos analfabetos.
B II Reinado (1840-1889) – exigência de renda.
C Primeira República (1889-1930) – exclusão dos escravos.
D República Liberal (1945-1964) – exigência de curso
superior.
E Nova República (após 1985) – exclusão das mulheres.
5
O Brasil oferece grandes lucros aos portugueses. Em relação
ao nosso país, verificar-se-á que esses lucros e vantagens são maiores para
nós. Os açúcares do Brasil, enviados diretamente ao nosso país, custarão bem
menos do que custam agora, pois que serão libertados dos impostos que sobre
eles se cobram em Portugal, e, dessa forma, destruiremos seu comércio de
açúcar. Os artigos europeus, tais como tecidos, pano etc., poderão, pela mesma
razão, ser fornecidos por nós ao Brasil muito mais baratos; o mesmo se dá com a
madeira e o fumo.
WALBEECK, J. Documentos Holandeses. Disponível em: http://www.mc.unicamp.br.
O texto foi escrito por um conselheiro político holandês no
contexto das chamadas Invasões Holandesas (1624-1654), no Nordeste da América
Portuguesa, que resultaram na ocupação militar da capitania de Pernambuco. O
conflito se inicia em um período em que Portugal e suas colônias, entre elas o
Brasil, se encontravam sob domínio da Espanha (1580-1640). A partir do texto,
qual o objetivo dos holandeses com essa medida?
A Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no
Brasil, levando vantagens sobre os concorrentes portugueses.
B Garantir o abastecimento de açúcar no mercado europeu e
oriental, ampliando as áreas produtoras de cana fora dos domínios lusos.
C Romper o embargo espanhol imposto aos holandeses depois da
União Ibérica, ampliando os lucros obtidos com o comércio açucareiro.
D Incentivar a diversificação da produção do Nordeste
brasileiro, aumentando a inserção dos holandeses no mercado de produtos
manufaturados.
E Dominar uma região produtora de açúcar mais próxima da
Europa do que as Antilhas Holandesas, facilitando o escoamento dessa produção.
6
Texto I
A escravidão não é algo que permaneça apesar do sucesso das três revoluções liberais, a inglesa, a norteamericana e a francesa; ao contrário, ela conhece o seu máximo desenvolvimento em virtude desse sucesso. O que contribui de forma decisiva para o crescimento dessa instituição,
que é sinônimo de poder absoluto do homem sobre o homem, é o mundo liberal.
Losurdo, D. Contra-história do liberalismo.
Aparecida: Ideias & Letras, 2006 (adaptado).
Texto II
E, sendo uma economia de exploração do homem, o capitalismo tanto
comercializou escravos para o Brasil, o Caribe e o sul dos Estados Unidos, nas
décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XIX, como estabeleceu o comércio de
trabalhadores chineses para Cuba e o fluxo de emigrantes europeus para os
Estados Unidos e o Canadá. O tráfico negreiro se manteve para o Brasil depois
de sua proibição, pela lei de 1831, porque ainda ofereceu respostas ao
capitalismo.
Tavares , L. H. D. Comércio proibido de escravos. São Paulo:
Ática, 1988 (adaptado).
Ambos os textos apontam para uma relação entre escravidão e
capitalismo no século XIX. Que relação é essa?
A A imposição da escravidão à América pelo capitalismo.
B A escravidão na América levou à superação do capitalismo.
C A contribuição da escravidão para o desenvolvimento do sistema
capitalista.
D A superação do ideário capitalista em razão do regime escravocrata.
E A fusão dos sistemas escravocrata e capitalista, originando um novo
sistema.
7
Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em 1811. Uma grande
manifestação de malharistas, gritando por trabalho e por um preço mais liberal,
foi dissolvida pelo exército. Naquela noite, sessenta armações de malha foram
destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram nenhuma
precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão.
THOMPSON, E.P. A formação da classe operária
inglesa.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 (fragmento).
Esse texto diz respeito à nova realidade socioeconômica da Inglaterra
implantada a partir da Revolução Industrial.
A principal consequência para os trabalhadores nas primeiras décadas
do século XIX se manifestou por meio
A de petições enviadas ao Parlamento inglês
na defesa de direitos coletivos.
B do descontentamento pelo aumento de preços
dos alimentos básicos e moradia.
C da conquista de direitos trabalhistas
pela atuação combativa dos sindicatos.
D da destruição de máquinas que
deterioravam as condições de vida e de trabalho.
E da vitória sobre a burguesia, com a
redução da jornada de trabalho para oito horas.
8
É uma mudança profunda na estrutura social, isto é, uma transformação
que atinge todos os níveis da realidade social: o econômico, o político, o
social e o ideológico. Uma revolução é uma luta entre forças de transformação e
forças de conservação de uma sociedade. Quando ocorre uma revolução, a vida das
pessoas sofre uma mudança radical no próprio dia a dia.
AQUINO, R. S.L. et al. História das
Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
atuais. Rio de Janeiro: Record, 1999 (fragmento).
Na França, em 1871, após a derrota de Napoleão III na guerra contra a
Rússia e a presidência de Louis Adolphe Thiers, os trabalhadores franceses
organizaram uma rebelião que levou à tomada de Paris e à organização de um
governo popular, denominado de Comuna de Paris.
Este processo é considerado como uma importante experiência política,
porque
A extinguiu definitivamente o voto censitário
e instituiu o voto por categoria profissional.
B foi a mais duradoura experiência de
governo popular na História contemporânea.
C criou um Estado dos trabalhadores formado
por comunas livres e autônomas.
D definiu um Estado voltado para atender os
interesses de todas as classes sociais.
E substituiu o exército por milícias
comandadas pelos antigos generais, mas subordinadas ao poder das comunas.
9
Em Brasília, foram mais de cem mil pessoas saudando os campeões. A
seleção voou diretamente da Cidade do México para Brasília. Na festa da vitória,
Médici presenteou os jogadores com dinheiro e posou para os fotógrafos com a
taça Jules Rimet nas mãos. Até uma Assessoria Especial de Relações Públicas
(AERP) chegou a ser criada para mudar a imagem do governo e cristalizar, junto
à opinião pública, a imagem de um país vitorioso, alavancando campanhas que
criavam o mito do “Brasil grande” que “vai para frente”. Todos os jogadores
principais da Copa de 70 foram usados como garotos-propaganda.
Bahiana, A. M. Almanaque Anos 70. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado).
A visibilidade dos esportes, especialmente do futebol, nos meios de
comunicação de massa, tornou-os uma questão de Estado para os governos
militares no Brasil, que buscavam, assim,
A legitimar o Estado autoritário por meio
de vitórias esportivas nacionais.
B mostrar que os governantes estavam entre
seus primeiros praticantes.
C controlar o uso de garotos-propaganda
pelas agências de publicidade.
D valorizar os atletas, integrando-os como
funcionários ao aparelho de Estado.
E incentivar a expansão da propaganda e do
consumo de artigos esportivos.
10
Escrevendo em jornais, entrando para a política, fugindo para
quilombos, montando pecúlios para comprar alforrias... Os negros brasileiros não
esperaram passivamente pela libertação. Em vez disso, lutaram em diversas
frentes contra a escravidão, a ponto de conseguir que, à época em que a Lei Áurea
foi assinada, apenas uma pequena minoria continuasse formalmente a ser
propriedade.
Antes da Lei Áurea. Liberdade Conquistada. Revista Nossa História. Ano 2, nº 19. São
Paulo: Vera Cruz, 2005.
No que diz respeito à Abolição, o texto apresenta uma análise historiográfica
realizada nas últimas décadas por historiadores, brasileiros e brasilianistas,
que se diferencia das análises mais tradicionais. Essa análise recente
apresenta a extinção do regime escravista, em grande parte, como resultado
A da ação benevolente da Princesa Isabel,
que, assessorada por intelectuais e políticos negros, tomou a abolição como uma
causa pessoal.
B da ação da imprensa engajada que,
controlada por intelectuais brancos sensíveis à causa da liberdade, levantou a
bandeira abolicionista.
C das necessidades do capitalismo inglês de
substituir o trabalho escravo pelo assalariado, visando ampliar o mercado
consumidor no Brasil.
D da luta dos próprios negros, escravos ou
libertos, que empreenderam um conjunto de ações que tornaram o regime escravista
incapaz de se sustentar.
E do espírito humanitário de uma moderna
camada proprietária que, influenciada pelo liberalismo, tomou atitudes
individuais, libertando seus escravos.
11
Eleições, no Império, eram um acontecimento muito especial. Nesses
dias o mais modesto cidadão vestia sua melhor roupa, ou a menos surrada, e
exibia até sapatos, peças do vestuário tão valorizadas entre aqueles que pouco
tinham. Em contraste com essa maioria, vestimentas de gala de autoridades
civis, militares e eclesiásticas ― tudo do bom e do melhor compunha a indumentária
de quem era mais que um cidadão qualquer e queria exibir em público essa sua privilegiada
condição.
CAVANI, S. Às urnas, cidadãos! In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 3, nº 26, nov. 2007.
No Brasil do século XIX, a noção de cidadania estava vinculada à
participação nos processos eleitorais. As eleições revelavam um tipo de
cidadania carente da igualdade jurídica defendida nesse mesmo período por muitos
movimentos europeus herdeiros do Iluminismo devido à
A exclusão dos analfabetos, que impedia a
maioria da população de participar das eleições.
B raridade das eleições, que criava apenas
a ilusão de participação entre os cidadãos.
C vigência da Constituição do Império, que
definia como cidadãos apenas aqueles que eram eleitos.
D presença do Poder Moderador, que
significava, na prática, a inutilidade das eleições legislativas.
E existência do voto censitário, que
reafirmava as hierarquias sociais.
12
Antes de tomar posse no seu cargo, ainda na Europa, Rio Branco agira
no sentido de afastar o perigo imediato do Bolivian Syndicate, empresa
estadunidense, e propusera a compra do território do Acre. Recusada essa ideia,
propôs o Governo brasileiro a troca de territórios e ofereceu compensação, como
a de favorecer, por uma estrada de ferro, o tráfego comercial pelo rio Madeira,
entendendo-se diretamente com o Bolivian Syndicate.
RODRIGUES, J. H.; SEITENFUS, R. Uma História
Diplomática do Brasil: 1531-1945. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995 (adaptado).
O texto aborda uma das questões fronteiriças enfrentadas no período em
que José da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, esteve à frente do Ministério
das Relações Exteriores (1902-1912).
A estratégia de entendimento direto do Brasil com a empresa Bolivian Syndicate,
que havia arrendado o Acre junto ao governo boliviano, explica-se pela
A proteção à população indígena.
B consolidação das guerras de conquista.
C implementação da indústria de borracha.
D negociação com seringueiros organizados.
E preocupação com intervenção imperialista.
13
De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150
leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os
setores.
Todas elas têm sido simplesmente uma dádiva do governo. Desde aí, o
trabalhador brasileiro encontra nos quadros gerais do regime o seu verdadeiro
lugar.
DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado
Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942.
De que maneira as políticas e as mudanças jurídicoinstitucionais implementadas
pelo governo de Getúlio Vargas nas décadas de 1930-1940 responderam às lutas e às
reivindicações dos trabalhadores?
A A criação do Ministério do Trabalho
garantiu ao operariado urbano e aos trabalhadores rurais liberdade e autonomia
para organizar suas atividades sindicais.
B A legislação do trabalho e previdência
passou a impedir que imigrantes substituíssem brasileiros natos no serviço
público, na indústria, no comércio
e na agricultura.
C A Justiça do Trabalho passou a arbitrar
os conflitos entre capital e trabalho e, sistematicamente, a apurar e punir os
casos de trabalho escravo e infantil no interior do país.
D A legislação e as instituições criadas
atendiam às reivindicações dos trabalhadores urbanos, mas dentro de estruturas
jurídicas e sindicais tuteladas e corporativistas.
E A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
suprimiu o arbítrio oficial dos empresários e fazendeiros sobre as atividades
políticas de operários e camponeses.
14
A primeira produção cinematográfica de propaganda nitidamente antissemita foi Os Rotschilds (1940), de Erich Waschneck. Ambientado na Europa conturbada pelas guerras napoleônicas, o filme mostrava como essa importante família
de banqueiros judeus beneficiou-se das discórdias
entre as nações europeias, acumulando fortuna à custa da guerra, do sofrimento e da morte de milhões de pessoas. O judeu é retratado como uma criatura perigosa, de mãos aduncas, rosto
encarniçado e olhar sádico e maléfico.
PEREIRA, W. Cinema e genocídio judaico: dimensões da memória audiovisual
do nazismo e do holocausto. In: Educando para a cidadania e a
democracia. 6ª Jornada Interdisciplinar. Rio de Janeiro: SME; UERJ, jun.
2008 (fragmento).
Os Rotschilds foi produzido na Alemanha nazista. A partir
do texto e naquela conjuntura política, o principal objetivo do filme foi
A defender a liberdade religiosa.
B controlar o genocídio racial.
C aprofundar a intolerância étnica.
D legitimar o expansionismo territorial.
E contestar o nacionalismo autoritário.
15
“É para abrir mesmo e quem
quiser que eu não abra eu prendo e arrebento.”
Frase pronunciada pelo
presidente João Baptista Figueiredo. Apud RIBEIRO, D. Aos trancos e
barrancos e o Brasil deu no que deu. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
A frase do último presidente
do regime militar indicava a ambiguidade da transição política no país. Neste
contexto, houve resistências internas ao processo de distensão planejado pela
alta cúpula militar, que se manifestaram com
A as campanhas no rádio, TV e
jornais em favor da lei de anistia.
B as posições de prefeitos e
governadores em apoio à instalação de eleições diretas.
C as articulações no
Congresso pela convocação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte.
D os atos criminosos, como a
explosão de bombas, de militares inconformados com o fim da
ditadura.
E as articulações dos
parlamentares do PDS, PMDB e PT em prol da candidatura de Tancredo Neves à
presidência.
16
“Enquanto houver um só assassino pelas ruas, nossos filhos viverão
para condená-lo por nossas bocas.”
Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, apud SOSNOWLKI, A. O Estado de São Paulo, 27 maio 2000.
O movimento das Mães da Praça de Maio foi criado na Argentina durante o
período da Ditadura Militar (1976-1983).
A declaração resume o objetivo do movimento, demonstrando que sua causa
foi
A a fuga dos artistas, provocada pela censura
estatal.
B a escalada das mortes, provocada pela
guerrilha urbana.
C o aumento da violência, provocado pelo
desemprego estrutural.
D o desaparecimento de cidadãos, provocado
pela ação repressora.
E o aprofundamento da miséria, provocado pela
política econômica.
17
De um ponto de vista
político, achávamos que a ditadura militar era a antessala do socialismo e a
última forma de governo possível às classes dominantes no Brasil. Diante de
nossos olhos apocalípticos, ditadura e sistema capitalista cairiam juntos num único e harmonioso movimento. A luta
especificamente política estava esgotada.
GABEIRA, F. Carta sobre
a anistia: a entrevista do Pasquim. Conversação sobre 1968. Rio de Janeiro:
Ed. Codecri, 1980.
Compartilhando da avaliação
presente no texto, vários grupos de oposição ao Regime Militar, nos anos 1960 e
1970, lançaram-se na luta política seguindo a estratégia de
A aliança com os sindicatos e
incitação de greves.
B organização de guerrilhas
no campo e na cidade.
C apresentação de acusações
junto à Anistia Internacional.
D conquista de votos para o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
E mobilização da imprensa
nacional a favor da abertura do sistema partidário.
18
Dos senhores dependem os
lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os
senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e
verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou
por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam.
ANTONIL, J. A. Cultura e
opulência do Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967
(adaptado).
Segundo o texto, a produção
açucareira no Brasil colonial era
A baseada no arrendamento de
terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais.
B caracterizada pelo
funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana.
C dependente de insumos
importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar.
D marcada pela interdependência
econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.
E sustentada no trabalho
escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas.
19
Em teoria, as pessoas
livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia característica do Antigo Regime.
A transferência desse modelo, de sociedade de privilégios, vigente em Portugal,
teve pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de nobreza eram ambicionados.
Os fidalgos eram raros e muita gente comum tinha pretensões à nobreza.
FAUSTO, B. História do
Brasil. São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995
(adaptado).
Ao reelaborarem a lógica
social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial construíram uma
distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da
A concessão de títulos
nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.
B afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
C imagem do Rei e de sua
Corte como modelo a ser seguido.
D miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
E definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade.
20
TEXTO I
Já existe, em nosso país,
uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em
nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha. Essa
consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos
descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O
abolicionismo. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 12 out. 2011 (adaptado).
TEXTO II
Joaquim Nabuco era bom de
marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos bastidores para
impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de sua
época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em
jornais estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a
campanha ganhou vulto e a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha
nacional, caminhando assim para o seu fim.
COSTA e SILVA, P. Um
abolicionista bom de marketing. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br.
Acesso em: 27 jan. 2012 (adaptado).
Segundo Joaquim Nabuco, a
solução do problema escravista no Brasil ocorreria como resultado da:
A Evolução moral da
sociedade.
B Vontade política do
Imperador.
C Atuação isenta da Igreja
Católica.
D Ineficácia econômica do trabalho escravo.
E Implantação nacional do
movimento republicano.
21
O desenho retrata a fazenda
de São Joaquim da
Grama com a casa-grande, a
senzala e outros edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica
do período escravocrata no Brasil. Esta organização do espaço representa uma
A estratégia econômica e
espacial para manter os escravos próximos do plantio.
B tática preventiva para
evitar roubos e agressões por escravos fugidos.
C forma de organização social
que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.
D maneira de evitar o contato
direto entre os escravos e seus senhores.
E particularidade das fazendas
de café das regiões Sul e Sudeste do país.
22
Assentado, portanto, que a
Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece-me que,
nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.
GALILEI, G. Carta a Dom
Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo
do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009 (adaptado).
O texto, extraído da carta escrita
por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal
do Santo Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no
século XVII. A declaração de Galileu defende que
A a bíblia, por registrar
literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se
guia para a ciência.
B o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia
constitui uma referência primeira.
C as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem
evitar confrontos com os dogmas da Igreja.
D a bíblia deve receber uma
interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.
E os intérpretes precisam
propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o
significado imediato
das palavras.
23
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A.
Mulheres de Atenas. In: Meus caros Amigos, 1976. Disponível em:
http://letras.terra.com.br. Acesso em: 4 dez. 2011 (fragmento).
Os versos da composição
remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época,
em razão de
A sua função pedagógica,
exercida junto às crianças atenienses.
B sua importância na
consolidação da democracia, pelo casamento.
C seu rebaixamento de status
social frente aos homens.
D seu afastamento das funções
domésticas em períodos de guerra.
E sua igualdade política em
relação aos homens.
24
O arrojado projeto arquitetônico
e urbanista da nova capital federal fez com que Brasília fosse, no ano de 1987,
considerada Patrimônio da Humanidade pela
Unesco, porque o Plano Piloto
de Brasília concretizava os princípios do
A urbanismo modernista
internacional.
B modelo da arquitetura sacra
europeia.
C pensamento organicista das
metrópoles brasileiras.
D plano de interiorização da
capital.
E projeto nacional desenvolvimentista do governo JK.
GABARITO
1 - E
2 - B
3 - C
4 - B
5 - C
6 - C
7 - C
8 - C
9 - A
10 - D
11 - E
12 - E
13 - D
14 - C
15 - D
16 - D
17 - B
18 - D
19 - B
20 - A
21 - C
22 - E
23 - C
24 - A
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