quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Exercícios de história para o Enem parte 1

    1.        
Lei Áurea assinada em 13.05.1888



Marcha em Araguaína-TO em combate à escravidão
em 14.05.2008



O fim da escravidão legal no Brasil não foi acompanhado de políticas públicas e mudanças estruturais para a inclusão dos trabalhadores. Por isso, os escravos modernos são herdeiros dos que foram libertados em 13 de maio de 1888.
http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1346. Acesso em: 14/5/2009.
A análise das imagens e do texto acima reforça a ideia de que
A até hoje, embora a abolição da escravidão tenha ocorrido em 1888, a população luta para garantir amparo legal para por fim neste regime no país.
B é possível, apesar da abolição da escravidão, constatar-se nos dias de hoje, a exploração de trabalhadores submetidos a condições semelhantes às do trabalho escravo.
C o fim da escravidão é apenas uma questão de tempo no Brasil, já que a população brasileira luta há mais de 120 anos por isso.
D o movimento social e político pelo fim da escravidão no Brasil, herdado do período imperial, garantiu implementação de políticas públicas aos trabalhadores.
E a abolição da escravatura promoveu políticas públicas de ascensão social e cidadania dos ex-escravos negros privilegiando este grupo frente aos demais trabalhadores.

     2.        
As imagens nas figuras a seguir ilustram organizações produtivas de duas sociedades do passado. 


O trabalho no campo foi, durante muito tempo, uma das atividades fundamentais para a estruturação e o desenvolvimento das sociedades, como mostram as figuras 1 e 2. Nessas figuras, as características arquitetônicas, tecnológicas e sociais retratam, respectivamente,
A o agrarismo romano e o escravismo grego.
B a pecuária romana e a agricultura escravista grega.
C a maquinofatura medieval e a pecuária na Antiguidade.
D a agricultura escravista romana e o feudalismo medieval.
E o feudalismo medieval e a agricultura familiar no Antigo Egito.

     3.        
No início do século XVIII, a Coroa portuguesa introduziu uma série de medidas administrativas para deter a anarquia, que caracterizava a zona de mineração, e instaurar certa estabilidade. O instrumento fundamental dessa política era a vila.
RUSSELL- WOOD, A. J. R.. O Brasil colonial; o ciclo do ouro (1690-1750) In: História da América. São Paulo: Edusp, 1999, v. II, p. 484 (com adaptações).
A zona de mineração a que o autor se refere localizava-se
A nos Andes, no antigo Império Inca.
B em Minas Gerais, região centro-sul da Colônia.
C no chamado Alto Mato Grosso, na atual Bolívia.
D na região das Missões jesuíticas, no Rio Grande do Sul.
E em Pernambuco, onde havia o ouro amarelo e o branco (o açúcar).

     4.        
Texto 1
Assim, duplamente bloqueados, entre milhares de soldados e milhares de mulheres — entre
lamentações e bramidos, entre lágrimas e balas —, os rebeldes se renderiam de um momento para outro. Era fatal. [...] Ainda que em fragmento, traçava-se curva fechada do assédio real, efetivo. A insurreição estava morta.
CUNHA, Euclides. Os sertões. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2007,
p. 524 e 535.
Texto 2
Literatura distingue-se de História, pois, enquanto a primeira não tem nenhum compromisso em retratar ou reconstruir uma realidade para que seja válida aos olhos de seus leitores, a segunda é, via de regra, realizada para explicitar a confirmação da existência, tanto do homem em si quanto de um fato histórico, de uma nação, de um povo ou de um povoado. Todavia, há vários episódios históricos que serviram de base a narrativas literárias.
Disponível em: <http://www.seer.furg.br>. Acesso em: 16 abr. 2009.

A relação estabelecida entre os dois textos permite inferir-se que o texto 1 descreve
A a luta pela abolição da escravatura.
B o alarde causado pela Semana de 22.
C o empenho dos soldados na Guerra do Paraguai.
D o cenário desbravador do movimento de entradas e bandeiras.
E o fato histórico da Revolta de Canudos liderada por Antônio Conselheiro.

     5.        
No primeiro reinado, D. Pedro I nomeou e comandou um Conselho de Estado que concluiu a primeira Constituição Brasileira, que, outorgada em 1824, estabeleceu quatro poderes assim configurados.



Nesses quatro poderes,
A o poder moderador concedia ao imperador a primazia no governo e a autoridade sobre os demais
poderes.
B o poder executivo era o centro das decisões, que resultavam do entendimento entre imperador e
ministros.
C o papel de cada um era bem definido e independente, de modo que um não interferia nos
assuntos dos outros.
D o papel de moderador, exercido pelo imperador, significava que o monarca era apenas um conciliador entre os poderes.
E o poder legislativo, por ter maior representatividade numérica (deputados, senadores), gozava de maior influência nas decisões do Império.

    6.        
Foi em meados da década de 70 que a União Soviética começou a perder o "bonde da história". Ficava evidente, mesmo para os próprios soviéticos, que o império vermelho era uma superpotência apenas pelo poderio militar, pelo arsenal nuclear e pela capacidade de destruição em massa. Devido ao seu baixo dinamismo econômico, a produtividade industrial não acompanhava, nem de longe, os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial,
sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava.
Em outras palavras, na União Soviética,
A a falta de dinamismo econômico e de progresso social era devida à economia liberal.
B o parque industrial era obsoleto, não atendendo à demanda da população.
C o descontentamento popular expressava-se em imensas filas de protesto contra a carência de certos bens.
D a incapacidade de produzir bens de consumo era compensada pela indústria pesada, em qualidade e em quantidade.
E o descontentamento popular foi agravado pela política de incentivo à importação de produtos ocidentais.

     7.        



Os ex-escravos abandonam as fazendas em que labutavam, ganham as estradas à procura de terrenos baldios em que pudessem acampar, para viverem livres como se estivessem nos quilombos, plantando milho e mandioca para comer. Caíram, então, em tal condição de miserabilidade que a população negra se reduziu substancialmente. Menos pela supressão da importação anual de novas massas de escravos para repor o estoque, porque essas já vinham diminuindo há décadas. Muito mais pela terrível miséria a que foram atirados. Não podiam estar em lugar algum, porque, cada vez que acampavam, os fazendeiros vizinhos se organizavam e convocavam forças policiais para expulsá-los.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: evolução e sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.221.
Comparando-se a linguagem do quadro acima, de Pedro Américo, A Libertação dos Escravos, com o texto de Darcy Ribeiro, percebe-se que
A a libertação dos escravos é celebrada pelo pintor e lamentada pelo autor do texto.
B a abordagem do tema no quadro é realista, ao passo que a linguagem utilizada no texto apresenta o tema de forma idealizada.
C os ex-escravos são apresentados no quadro como homens livres, em condição de igualdade com os brancos, ao passo que o texto evidencia a condição miserável dos escravos libertos.
D a abolição é apresentada no quadro em atmosfera redentora, ao passo que, no texto, a abolição é
problematizada historicamente.
E a apresentação do tema, no quadro, evoca elementos típicos da realidade nacional, ao passo que o texto aborda o tema a partir de uma perspectiva europeia.

    8.        
A crise de 1929 e, 10 anos mais tarde, a Segunda Guerra Mundial aceleraram muito o processo
de substituição de importações, iniciado durante a Primeira Guerra. O Brasil teve que produzir os bens industrializados que antes sempre importara. O processo não mais se interrompeu, expandindo-se na década de 50, via implantação da indústria automobilística, e aprofundando-se na década de 70, graças à produção de máquinas e equipamentos.
CARVALHO, José Murilo de. Política brasileira no século XX: o novo no velho. In: CARDIM, C. H.; HIRST, M. (orgs.). Brasil-Argentina: soberania e cultura política. Brasília: IPRIFUNAG, 2003, p. 200.
Considerando-se o período histórico descrito no texto e as transformações ocorridas, é correto afirmar que
A a crise econômica mundial de 1929 foi prejudicial para a industrialização brasileira.
B a indústria automobilística implantou o modelo de substituição de importações no Brasil.
C o Brasil, a partir da década de 1930, paulatinamente, deixou de ser um país essencialmente agrícola.
D a Segunda Guerra Mundial anulou os ganhos da atividade industrial brasileira relativa aos anos anteriores.
E a produção de máquinas e equipamentos, nos anos de 1970, viabilizou a implantação da indústria automobilística brasileira.

    9.        
O fato é que a transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira
grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem povo” do Segundo Reinado sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, sem cidadania democrática.
LOPEZ, Adriana, MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC, 2008, p. 552. (adaptado)
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o processo histórico de implantação e de consolidação da República no Brasil, é correto inferir que
A o republicano Silva Jardim lutava por um regime político essencialmente oligárquico, que foi adotado no Brasil ao longo da Primeira República (até 1930).
B o movimento republicano apresentava divisões ideológicas e defendia distintos projetos de
República com a intenção de implantá-los no Brasil.
C o presidencialismo republicano assegurou a expansão da democracia brasileira ampliando o nível de participação política da sociedade na Primeira República (até 1930).
D a facilidade para a derrubada do regime monárquico explica-se pelo vigoroso apoio popular às teses republicanas e pelo desprestígio pessoal de D. Pedro II.
E a História do Brasil, em geral, se faz por mudanças bruscas e radicais, que transformam integralmente a fisionomia social e política do país.


     10.     
A Guerra do Vietnã, polêmico e violento conflito armado da segunda metade do século XX, envolveu as guerrilhas do Vietnã do Sul e o governo comunista do Vietnã do Norte. O conflito atingiu maiores proporções com a participação dos Estados Unidos da América (EUA) ao lado das tropas do Vietnã do Sul. Entretanto, foi também uma guerra com imagens, que divulgavam, amplamente e de forma crua, o sofrimento da população civil — crianças com os corpos queimados por napalm, mulheres violentadas, velhos feridos — e de jovens soldados americanos mutilados ou mortos e ensacados.
Considerando-se o fato histórico descrito, é correto afirmar que
A o Vietnã do Sul usava, na guerra, os mesmos métodos de combate dos comunistas do Vietnã do Norte.
B os EUA tinham interesse direto na guerra, por sua aliança estratégica com o governo comunista do Vietnã do Norte.
C os civis, por serem ativos colaboradores dos comunistas do Vietnã do Norte, foram considerados alvos legítimos.
D a imprensa, ao divulgar os fatos ocorridos, colocou a opinião pública dos EUA contra a guerra, o que pressionou ativamente o seu fim.
E a violência contra a população civil e o emprego de armas químicas são recursos de guerra aos quais se deve recorrer com moderação.

    11.     
Ao contrário do que se acredita, o "discurso secreto" de Kruschev não significou a primeira
manifestação de discordância dos novos governantes da URSS, ao acusar Stalin de genocídio. Antes disso, haviam sido dados os primeiros passos para o fim da estrutura repressiva que reinava no país. Na verdade, o discurso se baseia, em parte, nas conclusões obtidas pelo grupo chamado Comissão Shvernik, comissão especial que logrou reunir suficiente evidência para denunciar que, nos anos de 1930, mais de um milhão e meio de membros do partido haviam sido acusados de realizar atividades antissoviéticas, dos quais tendo sido executados mais de 680.000 deles.
O processo que desencadeou o término da estrutura repressiva que reinava na União Soviética ocorreu porque
A as chamadas atividades antissoviéticas foram oficialmente descriminalizadas pela Comissão
Shvernik.
B a Comissão Shvernik pretendia pôr fim ao regime socialista.
C o processo de libertação dos milhares de presos políticos nos campos de trabalho foi concluído antes do discurso de Kruschev.
D as vítimas da desestalinização foram reabilitadas politicamente, como parte da reavaliação dos documentos da Comissão Shvernik.
E os próprios membros do partido que haviam apoiado Stalin a consolidar a Revolução Russa foram, em grande número, mortos ou presos.

    12.     
Na América espanhola colonial, a primeira prioridade dos invasores foi extrair riquezas dos conquistados. Essa extração foi realizada mediante a apreensão direta de excedentes previamente acumulados de metais ou pedras preciosas. Isso tomou a forma de saques e pilhagens, uma maneira oficialmente aceita de pagar soldados ou expedicionários voluntários.
MACLEOD, Murdo J. Aspectos da economia interna da América espanhola colonial. In: BETHELL, Leslie. História da América. São Paulo: Edusp; Brasília: Funag, 1999, v. II, p. 219-220.
Tendo em vista as características citadas, conclui-se que a América espanhola colonial começou como uma sociedade
A escolhida para representar o espírito da modernidade europeia na América.
B engajada no comércio do qual provinham especiarias para serem distribuídas na Europa.
C centrada na extração e beneficiamento mineral de recursos como ouro, prata e pedras preciosas, ali encontrados.
D fundada na lógica da conquista, ao se fazer uso da violência contra a população indígena para a apropriação de riquezas.
E voltada para o cultivo da cana-de-açúcar, produto bastante valorizado, tal como se verificou nas colônias portuguesas.

    13.     
Na primeira República, uma grande parcela da população brasileira vivia na mais extrema miséria, ou seja, convivia com os baixos salários, sem terras, devido à concentração fundiária, e explorada pelos coronéis. Uma forma de reação era a organização da população por meio de movimentos sociais, tendo alguns caráter messiânico, e outros sendo caracterizados como banditismo social. Os movimentos messiânicos misturavam misticismo, revolta e política.
Entre os fatos importantes que marcaram os movimentos messiânicos, inclui-se
A o combate do governo brasileiro ao movimento de Antônio Conselheiro e seus seguidores, os quais pregavam a abolição da propriedade privada, recusavam-se a pagar os impostos e manifestavam sua aspiração monarquista.
B a extrema violência da quarta e última expedição contra o arraial de Canudos, durante a qual as casas foram saqueadas e incendiadas, os conselheiristas, mortos e degolados, e apenas as crianças foram poupadas.
C a Guerra do Contestado, liderada pelo beato José Maria, ocorrida após a conclusão da ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul, quando cerca de oito mil operários ficaram desempregados e, então, se juntaram ao beato para fundarem uma aldeia milenarista e republicana.
D a liderança político-religiosa do Padre Cícero, que propunha a necessidade de se criar a sociedade justa pregada por Jesus Cristo, para corrigir e punir as injustiças, e, por causa disso, foi perseguido pelos coronéis.
E a conclamação à população sertaneja feita por José Virgulino, conhecido por Lampião, para pegassem as armas e impedissem a assinatura do Pacto dos Coronéis, pelo qual vários chefes políticos cearenses pretendiam unir-se para sustentar a oligarquia Acciolly.

    14.     
Em seu discurso em honra dos primeiros mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o ateniense Péricles fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador Tucídides. Ao enfatizar o respeito dos atenienses à lei e seu amor ao belo, o estadista ateniense tinha em mente um outro tipo de organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se haviam batido 50 anos antes e que se caracterizava por uma administração eficiente que concedia autonomia aos diferentes povos e era marcada pela construção de grandes obras e conquistas.
PRADO, A. L. A.,Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, São Paulo, Martins Fontes (com adaptações).
O “outro tipo de organização de Estado e sociedade” ao qual Péricles se refere era
A o mundo dos impérios orientais, que rivalizava comercialmente com a Atenas de Péricles.
B o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território, tentou, em vão, conquistar a Grécia.
C o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma democracia, já que esta era exclusividade de Atenas.
D o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia militar e pelo intenso desenvolvimento econômico.
E o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei, eram guiados pelo autoritarismo teocrático de seus líderes.

    15.     



A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura
A vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades.
B trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua.
C realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores.
D eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais.
E aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.

    16.     
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau,
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
Nóbrega , A; e Freire , W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.
A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito
A da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
B da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
C do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
D da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
E do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.

    17.     
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
“Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão”
MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http://www. letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como
A conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho.
B concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas.
C ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão social dos libertos.
D fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e escravos.
E forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis e sociais para os negros.

    18.     
A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa – caso típico de São Paulo – desempenharam,
ao mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000.
A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que resultou
A na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
B no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.
C no “branqueamento” da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
D no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.
E na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.

    19.     
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a
A preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
B postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
C orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
D oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
E abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.


    20.     
Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.
LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai. BETHELL, Leslie (Org). História da América Latina: da Independência até 1870, v. III. São Paulo: Edusp , 2004.
A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois
A representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator político de primeira ordem.
B confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina.
C concretizou a emancipação dos escravos negros.
D incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico.
E solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas.

    21.     
A solução militar da crise política gerada pela sucessão do presidente Washington Luis em 1929-1930 provoca profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente, o Governo Provisório (1930-1934) precisa administrar as diferenças entre as correntes políticas integrantes da composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.
LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P. B.; LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.
No contexto histórico da crise da Primeira República, verifica-se uma divisão no movimento tenentista. A atuação dos integrantes do movimento liderados por Juarez Távora, os chamados “liberais” nos anos 1930, deve ser entendida como
A a aliança com os cafeicultores paulistas em defesa de novas eleições.
B o retorno aos quartéis diante da desilusão política com a “Revolução de 30”.
C o compromisso político-institucional com o governo provisório de Vargas.
D a adesão ao socialismo, reforçada pelo exemplo do ex-tenente Luís Carlos Prestes.
E o apoio ao governo provisório em defesa da descentralização do poder político.

    22.     
O mestre-sala dos mares
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam nas costas
dos negros pelas pontas das chibatas...
BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009.
Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi
A a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro.
B a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.
C o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai.
D a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.
E o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia.

    23.     
Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque ua especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra.
RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (Orgs.) O Século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).
Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Inglaterra foi o
A aumento do consumo interno.
B congelamento do salário mínimo.
C fortalecimento dos sindicatos proletários.
D enfraquecimento da burguesia industrial.
E desmembramento das propriedades improdutivas.

    24.     
Os generais abaixo-assinados, de pleno acordo com o ministro da Guerra, declaram-se dispostos a promover uma ação enérgica junto ao governo no sentido de contrapor medidas decisivas aos planos comunistas e seus pregadores e adeptos, independentemente da esfera social a que pertençam. Assim procedem no exclusivo propósito de salvarem o Brasil e suas instituições políticas e sociais da hecatombe que se mostra prestes a explodir.
Ata de reunião no Ministério da Guerra, 28/09/1937. BONAVIDES, P.; Amaral, R. Textos políticos da história do Brasil, v. 5. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
Levando em conta o contexto político-institucional dos anos 1930 no Brasil, pode-se considerar o texto como uma tentativa de justificar a ação militar que iria
A debelar a chamada Intentona Comunista, acabando com a possibilidade da tomada do poder pelo PCB.
B reprimir a Aliança Nacional Libertadora, fechando todos os seus núcleos e prendendo os seus líderes.
C desafiar a Ação Integralista Brasileira, afastando o perigo de uma guinada autoritária para o fascismo.
D instituir a ditadura do Estado Novo, cancelando as eleições de 1938 e reescrevendo a Constituição do país.
E combater a Revolução Constitucionalista, evitando que os fazendeiros paulistas retomassem o poder perdido em 1930.

    25.     
Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo. Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca.
VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M. A. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado).
O movimento tropicalista, consagrador de diversos músicos brasileiros, está relacionado historicamente
A à expansão de novas tecnologias de informação, entre as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua divulgação mundo afora.
B ao advento da indústria cultural em associação com um conjunto de reivindicações estéticas e políticas durante os anos 1960.
C à parceria com a Jovem Guarda, também considerada um movimento nacionalista e de crítica política ao regime militar brasileiro.
D ao crescimento do movimento estudantil nos anos 1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crítica ao tradicionalismo dos costumes da sociedade brasileira.
E à identificação estética com a Bossa Nova, pois ambos os movimentos tinham raízes na incorporação de ritmos norte-americanos, como o blues.

    26.     
A América se tornara a maior força política e financeira do mundo capitalista. Havia se transformado de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era agora uma nação credora.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1962.
Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares para que os países europeus reconstruíssem suas economias.
Um dos resultados desse plano, para os EUA, foi
A o aumento dos investimentos europeus em indústrias sediadas nos EUA.
B a redução da demanda dos países europeus por produtos e insumos agrícolas.
C o crescimento da compra de máquinas e veículos estadunidenses pelos europeus.
D o declínio dos empréstimos estadunidenses aos países da América Latina e da Ásia.
E a criação de organismos que visavam regulamentar todas as operações de crédito.

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Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968
Art. 10 Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.
Art. 11 Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos
Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010.
O Ato Institucional nº 5 é considerado por muitos autores um “golpe dentro do golpe”. Nos artigos do
AI-5 selecionados, o governo militar procurou limitar a atuação do Poder Judiciário, porque isso significava
A a substituição da Constituição de 1967.
B o início do processo de distensão política.
C a garantia legal para o autoritarismo dos juízes.
D a ampliação dos poderes nas mãos do Executivo.
E a revogação dos instrumentos jurídicos implantados durante o golpe de 1964.

   
28.     



A charge remete ao contexto do movimento que ficou conhecido como Diretas Já, ocorrido entre os anos de 1983 e 1984. O elemento histórico evidenciado na imagem é
A a insistência dos grupos políticos de esquerda em realizar atos políticos ilegais e com poucas chances de serem vitoriosos.
B a mobilização em torno da luta pela democracia frente ao regime militar, cada vez mais desacreditado.
C o diálogo dos movimentos sociais e dos partidos políticos, então existentes, com os setores do governo interessados em negociar a abertura.
D a insatisfação popular diante da atuação dos partidos políticos de oposição ao regime militar criados no início dos anos 80.
E a capacidade do regime militar em impedir que as manifestações políticas acontecessem.



gabarito
1 – B
2 – E
3 – B
4 – E
5 – A
6 – B
7 – D
8 – C
9 – B
10 – D
11 – E
12 – D
13 – A
14 – B
15 – C
16 – E
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18 – B
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21 – C
22 – D
23 – A
24 – D
25 – B
26 – C
27 – D
28 – B






Um comentário:

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