quarta-feira, 8 de maio de 2013

Literatura de Informação


LITERATURA DE INFORMAÇÃO
Quando os europeus descobriram o novo continente, as informações sobre esta nova terra era passada por textos produzidos por viajantes enviados.
Estes textos serviam para manter informado os governantes sobre a nova terra, se ela teria riquezas e o povo que a habitava.
Os textos eram produzidos em prosa, não eram uma narração. Estes textos não eram acessíveis a todos os habitantes europeus, apenas a nobreza tinham acesso aos textos, pois o resto da população passava ao largo das novas descobertas.
Os relatos mais apreciados eram os de Américo Vespúcio.
Outros autores:
Pero Vaz de Caminha: veio para o Brasil junto com Pedro Álvares Cabral, depois indo para Calicute, onde morre.
- Carta de Pero Vaz de Caminha. Ele redigiu uma carta ao Rei D. Manuel, relatando as descobertas e as principais impressões da nova terra (presença de riquezas!).

Pero de Magalhães Gândavo: veio para trabalhar na Fazendo do governo da Bahia. Ele relatou a natureza e os habitantes desde Itamaracá até São Vicente. A sua ideia era mostrar o Brasil para os europeus e que as pessoas pobres se interessassem para vir povoar a nova terra.
- Tratado da Província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.

Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha
"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão.Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."

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